Os advogados de defesa de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, réus confessos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, vetaram a participação de duas mulheres no júri popular, que será formado apenas por homens.
O julgamento de Lessa e Queiroz começou na manhã desta quarta-feira (30). Para o júri, foram sorteadas sete pessoas, das quais duas eram mulheres e cinco eram homens. A defesa dos réus, porém, vetou as duas mulheres. Por lei, acusação e defesa têm o direito de recusar, cada um, até três jurados sem apresentar justificativas.
O sorteio do júri foi realizado às 9h55 desta quarta-feira (30), conduzido pela juíza Lúcia Glioche. O julgamento acontece no 4º Tribunal do Júri, no centro do Rio de Janeiro. A previsão é que a audiência se estenda até a madrugada desta quinta-feira (31).
Lessa e Queiroz participarão de forma remota da Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo (SP) e do presídio da Papuda, no DF, respectivamente. Eles são acusados de duplo homicídio triplamente qualificado, um homicídio tentado, e pela receptação do veículo usado no dia do crime. O Ministério Público pedirá pena máxima, de 84 anos, para ambos.
Como testemunhas do caso, participam a assessora Fernanda Chaves, a única sobrevivente do crime; Marinete da Silva, mãe de Marielle; Mônica Benício, viúva da vereadora; Ágatha Reis, viúva de Anderson; uma perita criminal e dois agentes da Polícia Civil.
Momento em que pais de Marielle chegam ao julgamento
Marinete da Silva, Anielle Franco, Antônio Francisco da Silva, pai de Marielle, e Luyara Santos, filha da vereadora, chegaram juntos ao julgamento nesta quarta-feira (30). Veja um trecho das declarações que fizeram ao público do lado de fora do Tribunal.
Atos pedem condenação em julgamento de acusados por assassinato
Dois atos simultâneos por justiça e memória à vereadora e ao motorista, acontecem nas ruas das duas maiores cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, assassinos confessos de Marielle Franco e Anderson Gomes, são julgados a júri popular nesta quarta-feira (30) pela primeira vez seis anos após crime brutal que chocou o país.
Integrantes de diversos movimentos sociais se reuniram para prestar homenagem à Marielle e Anderson, brutalmente assassinados em março de 2018, e pedir a condenação imediata dos réus. Em ato simbólico, manifestantes se reuniram na escadaria da Rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, em São Paulo, local marcado pelo mural em preto e branco em homenagem à Marielle.
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