ABSURDO

Questões machistas e misóginas em concurso público de Macaé (RJ) são anuladas

Prova continha perguntas com frases absurdas de ataque às mulheres, formuladas por uma comissão da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Imagem ilustrativa.Créditos: Agência Brasil
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Um concurso público realizado no último fim de semana no município de Macaé, no Norte do Rio de Janeiro, teve questões anuladas nesta terça-feira (15) por mencionarem mulheres de forma machista e misógina. A prefeitura da cidade mostrou-se indignada com o conteúdo e protestou contra a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável por formar a comissão que elaborou as perguntas.

Já na primeira questão, os ataques surgem no enunciado, que pedia pra apontar “a frase que não contém uma crítica ao fato de a mulher falar demais”. Nos cinco itens disponibilizados como respostas, de A a E, era possível ver as alternativas “Há mulheres que quando mentem, dizem a verdade”, “A língua é a última coisa que morre em uma mulher”, “Há mil invenções para fazer as mulheres falarem, mas nem uma só para as fazer calar”, “A língua da mulher não cala nem depois de cortada” e “Gosto de mulheres jovens: suas histórias são menores”.

Um pouco mais abaixo, na pergunta número 4, o pedido dos formuladores era para que o realizador da prova apontasse uma comparação explicada. Entre as cinco respostas possíveis, duas eram abertamente machistas e misóginas: “as mulheres são como robôs: têm no cérebro uma célula de menos e, no coração, uma célula a mais” e “mulher é como um defeito da natureza”.

As referidas questões apareciam na disciplina Língua Portuguesa, do módulo I de conhecimentos básicos da prova tipo 3, aplicadas para os cargos de Professor A, Professor AEE e Professor A (Tradutor e Intérprete).

“Vale ressaltar que, cumprindo a lisura do processo e os critérios de confidencialidade, as questões de prova não são aprovadas previamente pela prefeitura, sendo restritas à banca Examinadora, a FGV. A Prefeitura de Macaé já solicitou posicionamento oficial do órgão”, comunicou a administração municipal em nota à imprensa.

Já a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela confecção das provas aplicadas em Macaé, confirmou a anulação das perguntas e afirmou que elas “não estão alinhadas ao órgão”.

“A FGV informa a anulação das questões 1 e 4 de Língua Portuguesa do Módulo I de Conhecimentos Básicos da Prova Tipo 3, aplicadas no concurso público para Administração Pública Municipal Direta do Município de Macaé, por não estarem alinhadas aos princípios desta Fundação”, disse a FGV.

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