Ao longo dessa semana estão previstas novas pancadas de chuva para São Paulo, com possibilidade de início a partir de quarta-feira (16) e aumento de intensidade na próxima sexta (18). O novo alerta vem após o intenso temporal da última sexta-feira (11), que resultou em um apagão que já dura quatro dias na capital paulista.
Nesta terça (15), o tempo vai permanecer com céu nublado e sem previsão de chuva na Grande São Paulo, segundo a Climatempo, e a temperatura deve aumentar, inclusive no litoral. A partir do dia 16, as pancadas de chuva isoladas começam a se espalhar por diversas regiões do estado.
O final de semana promete ser mais chuvoso, com previsão de temporais intensos na capital e em grande parte do interior paulista, especialmente no centro-norte, nordeste e oeste. Tanto sábado quanto domingo serão marcados por nuvens densas e possibilidade de chuvas a qualquer momento. Em determinados momentos, as chuvas podem ser acompanhadas de trovoadas, de acordo com o MetSul.
Isso tudo deve acontecer enquanto parte da população segue sem a energia restabelecida pela concessionária Enel SP, que informou que, até as 18h30 desta segunda-feira (14), 338 mil imóveis na Grande São Paulo ainda estavam sem luz. A empresa não detalhou a divisão entre a capital e outros municípios.
O apagão deixou mais de 2 milhões de clientes da Enel sem eletricidade. Na manhã desta segunda-feira (14/10), ainda havia 537 mil imóveis sem energia na região metropolitana. Desde sexta (11), a recuperação do serviço tem sido gradual. Uma das áreas mais atingidas da capital é a zona sul; neste domingo (13/10), os bairros Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís continuavam sem energia elétrica.
Ação Popular na Justiça
A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), em conjunto com o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi, protocolou na noite deste sábado (12) uma Ação Popular na Justiça contra o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o secretário municipal de Meio Ambiente, Marcos Monteiro, responsabilizando-os pelo apagão elétrico.
A ação destaca a omissão da prefeitura em fiscalizar adequadamente o contrato de concessão com a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia, além de falhas na gestão das áreas verdes da cidade, que, segundo os autores, contribuíram diretamente para os danos causados pela queda de árvores durante o temporal.
"A má gestão das áreas verdes de São Paulo e a falta de manutenção das árvores potencializaram os estragos que poderiam ter sido mitigados com ações preventivas", disse Luciene Cavalcante no texto da ação. O documento protocolado pela deputada pede que a prefeitura comprove a execução das podas de árvores e outras medidas de manutenção preventiva, conforme as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor Estratégico da cidade.
A falta de tais medidas teria, segundo os autores, agravado os danos causados pela tempestade, com a queda de pelo menos 386 árvores, o que impactou diretamente o fornecimento de energia e colocou em risco a segurança dos cidadãos.
"O apagão não foi um evento isolado, mas fruto de uma série de omissões por parte da administração municipal", reforçou a ação.
Governo Lula vai investigar Enel
Após anunciar uma espécie de intervenção nas ações da Enel em São Paulo, o governo Lula (PT) anunciou novas medidas que vai tomar contra a empresa responsável pelo fornecimento de energia no estado paulista, que opera sob concessão federal.
O secretário Nacional de Direito do Consumidor, Wadih Damous, revelou nesta segunda-feira (14) que o governo Lula vai cobrar da Enel o ressarcimento de prejuízos causados pelo apagão nos últimos dias em São Paulo.
Damous também revelou que vai se reunir com o Procon-SP para formular orientação aos clientes da Enel em São Paulo. Além disso, o secretário afirmou que a Prefeitura de São Paulo foi notificada para fornecer dados sobre o serviço de poda de árvores.
"Estamos notificando hoje a Enel para ter diagnóstico da tempestade de sexta, para que apresente o número de consumidores afetados e quais canais de atendimento está disponibilizando e qual é o plano emergencial. Nós não aceitamos a afirmação da Enel de que ela não tem prazo. Ela tem que apresentar e, aliás, nós estamos dando prazo de até 3 dias para que ela restabeleça os serviços de energia", declarou Wadih Damous em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14).