A tempestade que atingiu São Paulo deixou mais de 1,4 milhão de casas sem energia, segundo o último boletim da Enel. O número é superior ao registrado na Flórida após o furacão Milton que, no mesmo período, registrou 1,35 milhão de imóveis sem luz, ou seja, a capital paulista concentra 100 mil imóveis a mais sem energia em relação ao estado americano.
Enquanto os Estados Unidos contabilizaram 16 mortes, em São Paulo, sete vidas foram perdidas em decorrência dos estragos provocados pelas fortes chuvas. Enquanto a Zona Sul concentrava a maior parte dos problemas causados pelo apagão, na Grande São Paulo, cidades como São Bernardo do Campo, Cotia e Taboão da Serra também foram fortemente impactadas.
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Nos Estados Unidos, o furacão Milton, um dos maiores já registrados até então, desencadeou um cenário de destruição com mais de 3 milhões de pessoas sem energia, além de prejuízos materiais e perdas humanas na última quinta-feira (10), porém o governo da Flórida restabeleceu a luz de mais da metade da população.
População cobra ação
A população segue revoltada com o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), por sua responsabilidade na falta de luz. A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), em conjunto com o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi, protocolou na noite deste sábado (12) uma Ação Popular na Justiça contra o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o secretário municipal de Meio Ambiente, Marcos Monteiro, responsabilizando-os pelo apagão elétrico que atinge a cidade desde sexta-feira (11).
A ação destaca a omissão da prefeitura em fiscalizar adequadamente o contrato de concessão com a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia, além de falhas na gestão das áreas verdes da cidade, que, segundo os autores, contribuíram diretamente para os danos causados pela queda de árvores durante o temporal.
"A má gestão das áreas verdes de São Paulo e a falta de manutenção das árvores potencializaram os estragos que poderiam ter sido mitigados com ações preventivas", disse Luciene Cavalcante no texto da ação. O documento protocolado pela deputada pede que a prefeitura comprove a execução das podas de árvores e outras medidas de manutenção preventiva, conforme as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor Estratégico da cidade.
A falta de tais medidas teria, segundo os autores, agravado os danos causados pela tempestade, com a queda de pelo menos 386 árvores, o que impactou diretamente o fornecimento de energia e colocou em risco a segurança dos cidadãos.
"O apagão não foi um evento isolado, mas fruto de uma série de omissões por parte da administração municipal", reforçou a ação.