Uma tragédia ocasionada por um motivo absolutamente banal chocou a comunidade do município de Rio do Fogo, no litoral do Rio Grande do Norte. Um adolescente de 15 anos foi morto a facadas após tentar defender o pai numa discussão que se iniciou por causa de uma bola. João Vitor Vieira de Brito chegou a ser levado a um hospital, mas não resistiu ao ferimento e faleceu.
Segundo testemunhas, poucas horas antes da virada do ano, a família da vítima fatal estava na praia, quando uma criança de aproximadamente 10 anos se aproximou e pediu para brincar com uma bola que estava junto às pessoas. Uma menina pequena, da família dona do objeto, disse que não e a criança que pediu, então, passou a fazer gestos obscenos e a xingar.
“A menina disse não. E foi daí que surgiu toda a confusão, que ele [o menino que queria usar a bola] pegou nas partes íntimas, balançou e disse: ‘pois vá pra aquele lugar’. Um palavrão bem feio. Meu marido foi até lá, que a minha filha também estava, e perguntou: ‘Quem é seu pai? você não pode estar fazendo isso, as meninas estão aqui’”, relatou uma prima do adolescente que morreu, que não quis revelar seu nome.
Em questão de segundos, o pai do menino que havia pedido a bola saiu do mar, muito agressivo e com postura violenta. O pai de João Vitor, que até então nem estava no local, ainda tentou contornar a situação, dizendo que queria paz e que tudo poderia ser encerrado ali, já que aquela era uma discussão entre crianças. O sujeito alterado teria ido embora, mas minutos depois voltou com várias pessoas para atacar o chefe de família com quem discutira.
O homem foi agredido e cercado pelos amigos do agressor, ocasião em que seu filho, João Vitor, tentou interceder para evitar que o pai apanhasse mais. Alguém, entre o numeroso grupo de agressores, sacou uma faca e apunhalou o garoto.
“O cara que tinha saído da ‘lagoa’ agressivamente tinha ido em casa chamar outras pessoas. Ele deu um soco no meu tio. O João Vitor, que não tinha nada a ver com a história, entrou para defender o pai e acabou levando uma facada”, conta ainda a prima.
Ferido e com a família em desespero, João Vitor chegou a ser levado às pressas para o Hospital de Rio do Fogo, onde foi atendido na emergência, mas por conta da gravidade dos ferimentos ele não resistiu. O caso foi registrado no 2° Distrito Policial de Natal e depois remetido ao 88° DP, que fica no município de Touros. A Polícia Civil potiguar informou que ainda tenta identificar o homem que deu origem à confusão e o assassino de João Vitor, salientando que ainda não tem dados a serem divulgados sobre o caso, cujo inquérito segue sob sigilo de Justiça.
“Ele destruiu a vida da minha família, dos meus tios. E hoje a gente tá realmente cobrando isso: justiça, que a justiça seja feita, porque a nossa família não tem mais o mesmo brilho, e agora realmente, toda virada de ano para a gente, nem que a gente não queira, vai lembrar dessa tragédia que aconteceu na nossa família”, lamentou a prima da vítima.
