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Quem são as rés do 8 de janeiro que tentaram fugir para o Uruguai

Advogado das três manifestantes confirmou em nota que clientes entraram com pedido de refúgio político no país vizinho

8 de janeiro de 2023 em Brasília.Créditos: Reprodução/Agência Brasil
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Não é só o clã Bolsonaro que foge para a Flórida ou para o mar de Angra dos Reis ao sentir o cheiro das autoridades, mas também os seus apoiadores. Nesta segunda-feira (29) o Brasil de Fato publicou uma matéria que fala justamente sobre três rés da intentona golpista de 8 de janeiro em Brasília que tentaram fugir para o Uruguai, onde teriam pedido refúgio político.

A fuga do trio teria ocorrido em 16 de janeiro. Nessa data eles fizeram um pedido de refúgio político ao Uruguai no consolado uruguaio de Santana do Livramento (RS), cidade separada de Rivera, no país vizinho, por uma avenida. Segundo o matéria supracitada, elas teriam uma lista com outros 84 golpistas que também estariam atrás de asilo.

A embaixada do Uruguai no Brasil não confirmou os pedidos e limitou-se a responder que os pedidos de refúgio são tratados de forma sigilosa e que não impede a entrada no país de cidadãos que chegam às fronteiras com semelhante pedido. Nesse sentido, ainda que não se saiba o paradeiro das três bolsonaristas, é possível que estejam no Uruguai.

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Quem veio a confirmar a informação foi Hélio Júnior, o advogado das três militantes golpistas. Ele publicou uma nota em que confirmou a tentativa de fuga. “Tomei conhecimento que foram pedir refúgio político em outro país. Elas foram condenadas sem provas e agora buscam ficar legalizadas em outro país. Todas foram torturadas física e psicologicamente na Colmeia”, disse o defensor.

As três bolsonaristas foram presas no Palácio do Planalto, em 8 de janeiro (não estão na leva de presos do dia 9, no acampamento) e ficaram por cerca de 7 meses na prisão feminina da Colmeia. Elas estão ou condenadas ou em vias de condenação. Veja quem são.

Alethera Verusca Soares

Alethera Verusca Soares, 48 anos e cabeleireira em São José dos Campos (SP) é uma delas. Foi apontada como uma das financiadoras do transporte de pessoas até Brasília. Em suas redes sociais, em dezembro de 2022, ela postou uma foto dentro de um ônibus com a legenda: "Estamos chegando presidente, vamos resolver essas paradas aí…", referindo-se a Bolsonaro.

Alathea também publicou imagens e vídeos em um acampamento bolsonarista em frente ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), na cidade do Vale do Paraíba. O local recebeu manifestações contrárias à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ela está entre os cinco réus condenados em 17 de novembro a penas de 17 anos de prisão e pagamento de multa no valor de R$ 44 mil, além de multas coletivas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os cinco réus pelos seguintes crimes: associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça; e deterioração de patrimônio tombado.

Foi a sexta leva de golpistas condenados. Junto com ela estavam Ana Paula Neubaner Rodrigues, Angelo Sotero de Lima, Rosely Pereira Monteiro e Eduardo Zeferino Englert.

Rosana Maciel Gomes

Presa em 8 de janeiro no Palácio do Planalto aos 50 anos, Rosana Maciel Gomes teria participado da invasão do Palácio do Planalto, onde o grupo que acompanhava destruiu vidros, mobílias e obras de arte. Entre as depredações, estavam o relógio trazido ao Brasil por D. João VI, em 1808, e uma tela de Di Cavalcanti.

A Polícia Federal descobriu conduta de trangressão à lei em seu aparelho celular. "Constatou-se a existência de diálogos e mensagens, entre 3 de janeiro de 2023 e 9 de janeiro de 2023, com palavras e expressões de cunho político-ideológicas, golpistas e antidemocráticas", diz o laudo da perícia. Alexandre de Moraes votou pela pena de 14 anos à Rosana.

Ela foi condenada a 14 anos de prisão em 27 de outubro de 2023, em julgamento que ocorreu no plenário virtual do STF. Na mesma leva de condenados havia outros 5 bolsonaristas.

Jupira Silvana da Cruz Rodrigues

Condenada a 14 anos de prisão, a mineira de Betim, cidade da região metropolitana de BH, foi presa dentro do Palácio do Planalto. Sua condenação foi aprovada em plenário virtual pelo relator Alexandre de Moraes e seguida por mais sete ministros. No entanto, André Mendonça pediu que o caso fosse para o plenário físico. O julgamento acabou suspendo em 3 de outubro de 2023 e ainda não foi retomado.