A FILA ANDA

Justiça tem provas e Cláudio Castro deve ser próximo governador do Rio preso

Superior Tribunal de Justiça e as provas de corrupção do atual governador

Créditos: Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O atual governador do Rio Cláudio Castro está cada vez mais próximo de virar ex-governador e ser preso por corrupção. Será o sétimo governador afastado e o sexto a ser preso. O único que foi apenas afastado sem ser preso foi Wilson Witzel, e a função dele antes de ser governador explica o privilégio: Witzel era juiz.

 

Um relatório da Polícia Federal aponta indícios de que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), recebeu aproximadamente R$ 400 mil em pagamentos indevidos entre 2017 e 2019, período em que foi vereador do Rio e vice-governador. A investigação da PF foi citada numa decisão do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sobre a autorização de mandados de busca na casa de Vinícius Sarciá, irmão de criação de Castro. No documento, obtido pela Globonews, são discriminados os valores indevidos que Castro teria recebido: R$ 326 mil e US$ 20 mil.

 

Com atraso de sete e cinco anos, a Justiça enfim começa a confirmar aquilo que já foi matéria de denúncias há tempo, e que se a Justiça tivesse se manifestado anteriormente evitaria que Castro se reelegesse.

Essas acusações contra Castro são apenas o começo dos inúmeros malfeitos atribuídos ao governador em extensas reportagens há anos. A maior delas, a criação da CEPERJ.

 

CEPERJ, fundação fantasma e secreta

 

A CEPERJ é uma empresa que só poderia existir no Rio de Janeiro. 

Historio: Witzel e seu vice, Cláudio Castro, foram eleitos na onda avassaladora de fake news da campanha de Bolsonaro em 2018. Ninguém no Rio conhecia os dois. Eram os famosos Quem. Witzel, um juiz de fora do estado; Cláudio Castro, um cantor gospel que se elegeu vereador.

Quando Witzel foi afastado do cargo, Castro deveria cair junto com ele. Mas os deputados o "apoiaram" e ele ficou, como aconteceu a Bolsonaro, refém dos deputados. A mamata federal se reproduziu no Rio, com os deputados mandando no governo, como em Brasília.

Aí começou o vale tudo, coroado com a CEPERJ. Uma fundação criada do nada, com 20 mil funcionários secretos, executando trabalhos secretos e recebendo salários secretos na boca do caixa de uma agência do Bradesco. Não é exagero. Era exatamente assim. Tudo secreto. Inacreditável, mas real.

 

O esquema se deu na Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio), Gabriel Lopes. O órgão foi usado para criar uma folha de pagamento com mais de 20 mil contratados sem nenhuma transparência.

Os cargos eram preenchidos sem processo seletivo e os nomes dos contratados não eram publicados no Diário Oficial. Também não constavam em documentos públicos e nem mesmo no sistema de administração financeira do estado —os pagamentos eram feitos por meio de ordens de pagamento, sacadas na boca do caixa em agências do banco Bradesco em dinheiro vivo.

Os programas realizados em convênio pela Ceperj tinham diversos indícios de irregularidades, como a contratação de cabos eleitorais de candidatos a deputado por meio de uma tabela criada para sistematizar esse tipo de indicação e a ingerência de políticos sobre unidades de programas como o Esporte Presente e a Casa do Trabalhador. A investigação do MP-RJ revelou que os contratados nos cargos secretos sacaram mais de R$ 226 milhões em dinheiro vivo entre janeiro e julho, 91% de tudo que foi pago pela Fundação Ceperj. Para os promotores, esse é um forte indício de lavagem de dinheiro.

 

Só não foi a maior compra de cabo eleitoral da história, porque havia Bolsonaro disputando a reeleição no Brasil.

A desfaçatez era tanta que, quando o MP mandou cancelar os pagamentos, Cláudio Castro pediu para que fosse permitido que durasse somente até as eleições, numa clara confissão de seus objetivos.

Agora, com atraso, começam a levantar os BOs do governador, que deve cumprir a maldita sina de governar o Rio e depois parar na cadeia — a não ser que seja juiz (o único que se livrou), o que não é o caso de Castro.

 

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