Cinco membros de uma família negra foram vítimas de violência policial em uma abordagem realizada na madrugada do último sábado (2), em Criciúma (SC).
Após uma reclamação de barulho durante uma festa infantil, uma viatura abordou os membros da família Damázio na frente da residência. Os policiais agiram de forma truculenta e, posteriormente, atiraram com balas de borracha a queima roupa em cinco membros da unidade familiar.
"Não tive tempo de dizer nada, jamais imaginei que ele atirasse, mas ele me deu um tiro de borracha à queima roupa [entre a barriga e a perna]. Meu marido foi me socorrer e quando estava me levando para dentro de casa, foi atingido por um tiro de borracha nas costas. Não houve reação", disse Daiane Damázio, 28.
O caso gerou revolta. Logo no domingo membros da família denunciaram o caso de violência nas redes sociais e mostrando os ferimentos causados pela abordagem policial.
Rapidamente, o movimento negro convocou um ato para o domingo (3), exigindo justiça para a família e retratação da polícia militar pela abordagem violenta contra pessoas negras.
Confira vídeos do protesto:
“Não queremos endemonizar a PM. Queremos só justiça com os que fizeram isso, que paguem pelo que fizeram que é sair da Polícia Militar. Sabemos que tem policiais que saíram por bem menos. Esses dois principalmente que atuaram, tem que sair da PM. Isso que queremos. Não queremos dinheiro, nada, só que eles sejam punidos. Quando chegamos aqui, não existia nenhum desses prédios”, comenta Diego Damázio ao portal TN Sul.
A Polícia Militar alegou que não houve violência policial e nem racismo na abordagem porque os policiais que atiraram a queima roupa nos Damázio não utilizaram de injúria.
"O único fundamento apresentado pelo denunciante é que na residência havia apenas pessoas de cor negra. Respeitosamente, essa alegação - friso: apenas essa isoladamente - não se reveste de ato de racismo por parte da Polícia Militar", diz nota assinada pelo tenente-coronel Mário Luiz Silva, comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar de Santa Catarina.
A entidade alega que os moradores da casa estavam agindo de maneira desobediente e desrespeitosa com os policiais, mas não autuaram nenhum deles por desacato.