Um vídeo que passou a circular nos últimos dias nas redes sociais assustou boa parte dos internautas pelo teor fanático e fundamentalista que parece deixar os fiéis de uma igreja evangélica em transe. Um grupo chamado Coral Masculino de Vozes do Jordão (CMVJ), no qual todos os integrantes usam fardas idênticas às do Exército Brasileiro, além de boinas vermelhas (típicas de brigadas paraquedistas), entoa aos berros, como se estivesse numa cerimônia militar, cânticos religiosos. A apresentação bizarra ocorreu numa galeria da Igreja Assembleia de Deus de Campo Grande, no Rio de Janeiro.
“Ele é Jesus, o Deus dos deuses, Senhor dos senhores. Poderoso, fiel, não faz aceitação de pessoas, nem aceita recompensas”, gritam os homens fantasiados de militares enquanto marcham e prestam continência. Alguns parecem ter papel de liderança, como num quartel real, e dão comandos de voz para que os demais repitam.
As imagens revelam um perigo que há muito tempo ronda o Brasil, mas que apenas passou a ser levado a sério mais recentemente: o fundamentalismo religioso que cega e pode converter simples cidadãos em fanáticos completamente alheios à realidade. Essa simbiose entre militarismo e neopentecostalismo ganhou contornos ainda mais fortes após a ascensão política nacional do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que de alguma maneira incutiu na cabeça de boa parte dos brasileiros uma veneração inexplicável, até certo ponto fetichista, aos militares.
Usuários da rede ‘X’, o antigo Twitter, se mostraram horrorizados com a manifestação fanática e extremista, lembrando que combinações do tipo foram experimentadas por grupos como o Talibã, os fundamentalistas islâmicos que voltaram ao poder no Afeganistão há dois anos e que cometem barbaridades sem fim diariamente “em nome de Deus”.
Veja os vídeos: