Nesta sexta-feira (25), o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos vai iniciar as discussões com outros órgãos do governo federal sobre a possibilidade de criar um concurso unificado em todo o país, que contemple ao todo 180 cidades brasileiras.
A proposta atual, se aprovada, é que o exame seja aplicado nessas cidades, com os candidatos aprovados preenchendo vagas em diversos órgãos federais, incluindo autarquias e ministérios. A informação foi revelada em entrevista da ministra Esther Dweck à Folha de São Paulo.
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Criar algo similar ao atual Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a intenção do Ministério da Gestão, a fim de que a nota seja usada por centenas de faculdades e universidades de todo o país em substituição ao vestibular tradicional. Até o momento, o governo não informou se trabalha com um prazo-limite para decidir sobre esse possível concurso unificado.
Mais acesso ao concurso público
A ministra disse em entrevista que a proposta do exame unificado surgiu após a observação de que a maioria dos concursos é realizada apenas nas grandes cidades. A experiência adquirida com o Enem foi uma inspiração para remodelar os concursos, uma vez que o exame é aplicado em localidades remotas do país e tem um custo acessível.
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"É um processo de democratização do acesso para se tornar servidor público, mas também no sentido de que há uma retomada do processo de contratação para o setor, reforçando o fortalecimento do Estado brasileiro"
Esther Dweck
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea mostra a maioria da aplicação das provas do ‘concurso nacional unificado’ em regiões como o Norte, Nordeste e Sudeste. Além disso, a Advocacia-Geral da União – AGU e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep também foram consultados para analisar a proposta em discussão.
Para José Celso Cardoso Jr, secretário de Gestão de Pessoal do ministério, a iniciativa é "inovadora", pois tenta harmonizar e padronizar os processos e os resultados dos concursos. Tendo em vista que hoje são organizados por bancas diferentes e com regras distintas para cada órgão do governo. "[...] Com essa estratégia, nós pretendemos atrair pessoas que jamais teriam em outras condições, oportunidade de concorrer a uma vaga no setor público".
Veja os concursos federais já previstos
Em julho, Dweck confirmou o aval para o preenchimento de 3.026 vagas, sendo 2.480 para novos concursos e as demais para convocação de remanescentes. A seguir os órgãos contemplados:
- Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - 40 vagas
- Agência Nacional de Aviação Civil - 70 vagas
- Superintendência Nacional de Previdência Complementar - 40 vagas
- Agência Nacional de Telecomunicações - 50 vagas
- Agência Nacional de Energia Elétrica - 40 vagas
- Agência Nacional de Transportes Aquaviários - 30 vagas
- Agência Nacional de Transportes Terrestres - 50 vagas
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 50 vagas
- Banco Central do Brasil - 100 vagas
- Comissão de Valores Mobiliários - 60 vagas
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - 895 vagas
- Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - 80 vagas
- Agência Nacional de Saúde Suplementar - 35 vagas
- Ministério do Desenvolvimento, indústria, Comércio e Serviços - 50 vagas
- Ministério da Fazenda - AFFC - 40 vagas
- Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos - ATPS - 500 vagas
- Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos - EPPGG - 150 vagas
- Ministério da Justiça e Segurança Pública - 100 vagas
- Ministério do Planejamento e Orçamento - 100 vagas