O avião que desapareceu na manhã de segunda-feira (3) horas após decolar de Umuarama, no Paraná, pode ter caído e colidido. A hipótese passou a ser levantada por equipes de busca após moradores da região onde foi registrada a última localização da aeronave via radar relatarem terem ouvido um "estrondo" incomum.
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Em coletiva de imprensa no final da tarde desta terça-feira (4), integrantes do Corpo de Bombeiros do estado que estão envolvidos na operação de busca informaram que a região de serra, o relevo e o mau tempo dificultam a localização da aeronave, que transportava, além do piloto, dois assessores do alto escalão do governo paranaense.
"Colocamos algumas equipes para percorrer esse ambiente. É um ambiente extremamente dificultoso, de alta amplitude, mata densa e difícil acesso. Começamos a questionar moradores a respeito de informações que pudessem alimentar a nossa busca. Alguns moradores relataram terem ouvido um estrondo não característico daquele ambiente, que pode ser de uma colisão de um objeto grande, como uma possível aeronave", declarou o major Fabrício Frazatto dos Santos.
"Por volta de 10h, 11h da manhã, os moradores escutaram um grande estrondo, similar a um trovão. Isso até que foi um comentário entre os agricultores da região", reforçou, por sua vez, outro major, identificado como Douglas.
As buscas, realizadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) e Batalhão de Operações Aéreas da Polícia Militar no Paraná (BPMOA), com o auxílio dos bombeiros, que fazem a operação por terra, foram suspensas nesta terça-feira e serão retomadas na manhã de quarta-feira (5).
Entenda o caso
O avião que decolou de Umuarama, no Paraná, na manhã de terça-feira (3), transportando assessores do primeiro escalão do governo paranaense, comandado por Ratinho Jr, segue desaparecido mais de 30 horas após perder contato com torres de controle e sumir de radares de monitoramento.
A aeronave, um monomotor Piper Aircraft (modelo PA-28R-200), havia partido na terça-feira do Aeroporto Regional Orlando de Carvalho, em Umuarama, às 7h50, e tinha como destino a cidade de Paranaguá, mas não chegou ao local no horário previsto.
Segundo o Batalhão de Operações Aéreas da Polícia Militar no Paraná (BPMOA), que realiza operação de busca ao avião com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB), o último contato foi feito pelo piloto em Ponta Grossa, durante uma parada para abastecimento. Dez minutos antes do pouso, em uma região de serra e de pouca visibilidade, a aeronave despareceu dos radares que monitoram o tráfego aéreo.
Em nota oficial, o governo do Paraná confirmou que, além do piloto Jonas Borges Julião, estavam a bordo dois assessores do primeiro escalão da administração estadual: Felipe Furquim e Heitor Guilherme Genowei, ambos servidores da Casa Civil.
"O Governo do Estado confirma que dois servidores estavam em um avião que saiu de Umuarama na manhã desta segunda-feira (03) e não chegou a Paranaguá. Assim que o Estado soube que o avião saiu da rota e não chegou ao seu destino foram realizadas buscas, em apoio ao Cindacta, com os helicópteros Falcão 12 (BPMOA) e Resgate 04 (Casa Militar), mas nada foi localizado", diz o comunicado.
Fatos estranhos
O desaparecimento misterioso do avião é permeado por alguns fatos que podem ser considerados estranhos. O primeiro deles é que os dois assessores do governo do Paraná que estavam a bordo da aeronave iriam para Paranaguá no âmbito de uma agenda oficial, segundo a própria administração estadual.
“Eles avaliariam a atracagem de futuros navios de turismo no Litoral. O Governo do Estado está amparando os familiares nesse momento de apreensão”, diz nota oficial do governo de Ratinho Jr.
Ocorre que a aeronave desaparecida não é um taxi aéreo contratado pelo governo, mas sim um avião particular cujo proprietário é João Cezar Passos, um empresário conhecido na região de Umuarama como "Babão". Não é comum que servidores do governo cumpram agendas oficiais em veículos particulares.
Outro fato que causa estranheza é o silêncio do governador do estado, Ratinho Jr. Desde o desaparecimento do avião, Ratinho não se pronunciou sobre o caso e chegou, inclusive, a recusar entrevista à imprensa nesta terça-feira (4), enquanto cumpria agenda em Brasília. O governo só se manifestou sobre o avião desaparecido através de notas oficiais e de tom protocolar.