COZINHA DA ÁFRICA

Masterchef homenageia culinária africana pela primeira vez em 10 anos no Brasil

Os competidores foram desafiados a cozinhar pratos típicos de sete países do continente africano

A chef chef Dida Nascimento.Créditos: Melissa Haidar/Band
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Neste ano, a versão brasileira do reality culinário conhecido mundialmente, Masterchef, completa dez anos, e na última terça-feira (27), pela primeira vez na história, o programa homenageou a culinária africana, levando os competidores a uma  viagem através da construção do sabor das iguarias de sete países: África do Sul, Angola, Namíbia, Marrocos, Senegal, Moçambique e Tanzânia. 

Ao longo destes dez anos, a produção do reality comandado pelos Chefs Erick Jacquin, Helena Rizzo e Henrique Fogaça apresentaram pratos de culinárias já conhecidas pelo público, como é o exemplo da  francesa, italiana, asiática, árabe, entre outras. 

No último episódio do programa, que neste ano ganhou o reforço do renomado chef Rodrigo Oliveira, a chef e pesquisadora Dida Nascimento realizou uma verdadeira imersão cultural e histórica sobre a ligação afetiva e simbólica desta culinária cheia de ancestralidade. 

"Muitos clientes vão até meu restaurante para aprender mais sobre a história do povo negro e da culinária pouco difundida na sociedade", conta a chef, dizendo ainda que, diante deste movimento, viu a necessidade de realizar pesquisas e trazer informações de lá para cá

O episódio temático gerou surpresa entre os cozinheiros amadores que disputam o troféu Masterchef 2023, além de uma bolsa de estudos em uma das escolas de gastronomia mais renomadas do mundo, a Le Cordon Bleu, e prêmios. 

"Ter outra mulher preta, chef e  pesquisadora é muito representativo. É muito emocionante esse momento", relata Dielen, uma das competidoras na disputa pelo troféu.

Açafrão, cardamomo, cravo, gengibre, dendê, banana da terra, camarão, carne vermelha e mariscos foram alguns dos ingredientes que compuseram os pratos dos cozinheiros. O episódio emblemático e inédito revelou que a culinária Africana é rica em sabor, fartura e afeto.

Um dos pratos apresentados durante a aula da chef convidada é o Bobotie, que segundo Dida era o prato preferido do ex-presidente sul-africano e mais importante líder da África subsaariana, Nelson Mandela. Feito com carne moída, frutas secas, pão umedecido e maçã, o Bobotie é gratinado no forno com uma mistura feita com leite e ovos e tem como acompanhamento um arroz de açafrão com uvas passas. 

"Vai ser uma prova desafiadora porque, infelizmente, a cozinha africana ainda não tem o destaque que merece", conta o analista de Marketing, Emanuel. 

Durante a compra dos ingredientes no mercado, processo que dura apenas três minutos e eleva o clima de competição entre os participantes, os cozinheiros se mostraram perdidos ao realizar a escolha dos ingredientes, mesmo com as prévias orientações da chef Dida. 

Como em todo episódio, ao final da prova de eliminação, dois pratos são escolhidos como destaque positivo e negativo, respectivamente. Quem levou a melhor e fez a reprodução mais fiel do prato vencedor foi a pecuarista Dielen, que cozinhou um dos pratos mais populares de Angola, a moamba de galinha, feita com óleo de palma, quiabo, galinha e fufu, uma massa feita à base de água, sal e farinha de milho ou mandioca como acompanhamento. 

Foto: Melissa Haidar/Band

Já a modelo Camila Barretoberrou no ponto do cordeiro, ingrediente principal do cuscuz marroquino, e foi a eliminada da semana. 

Mais que exibir, a competição que em breve irá revelar o melhor cozinheiro amador do Brasil, o episódio de culinária africana foi também uma aula sobre tradição a partir de um viés de sustento, de saciedade e de diversidade de alimentos originários do continente africano encontrados também na mesa dos brasileiros.