O grupo de petroleiros que mantém as atividades da plataforma P-50, operada pela empresa privada PRio, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, foi desembarcado da unidade na quarta-feira (24) após uma pane generalizada comprometer a geração de energia no local. A informação é do Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense), que desde a saída da P-50 das mãos da Petrobras, em janeiro deste ano, quando a PRio assumiu seu controle, não representa mais esses funcionários.
A denúncia trazida pelo órgão sindical aponta para falta de carga no banco de baterias da plataforma, assim como para escassez de alimentos para os petroleiros, o que teria obrigado a empresa privada a evacuá-los às pressas nas últimas 24 horas. Há dificuldades em se obter informações a partir daquela unidade, instalada em alto mar.
“É um absurdo. Como pode, um dia a plataforma tem representação do sindicato, no outro dia o sindicato é expulso da plataforma e passa a não conseguir mais contato com os trabalhadores de um mesmo local. É claramente uma ação antissindical”, reclamou o coordenador do Departamento de Saúde e Segurança do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira.
O abandono de uma plataforma é algo bastante incomum e só acontece em situações extremas. Tezeu Bezerra, Coordenador do Sindipetro-NF, o Sindicato vem acompanhando desde o início o episódio de blecaute na P-50, diz que a ação de colocar os geradores em capacidade máxima, o que resultou na queda total da energia, foi um procedimento que colocou os trabalhadores em risco de gravíssimos acidentes.
“As informações que chegam para nós são de extrema gravidade e têm como causa a privatização da plataforma. Há mais de 10 anos o Sindipetro não tem conhecimento de outros casos de abandono total de plataformas, sendo assim, já fizemos as denúncias aos devidos órgãos reguladores e peço que continuem em contato conosco caso presenciem ou tenham conhecimento de irregularidades”, completou o sindicalista.
Este não seria o primeiro problema apresentado pela P-50. Um ofício encaminhado ao Ministério Público do Trabalho pelo Sindipetro-NF, nos primeiros dias de 2023, já denunciava a precária situação de segurança na plataforma, e solicitou à Justiça, inclusive, a interdição administrativa da unidade de extração de petróleo.
A reportagem da Fórum tenta contato com a PRio, companhia que comprou a P-50 e a opera desde o início do ano, mas até agora não obteve êxito. O espaço segue aberto para a empresa se posicionar.