Em abril deste ano, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior organização criminosa do Brasil, entrou com uma interpelação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal bolsonarista Sargento Fahur (PSD-PR) por uma declaração feita em entrevista a um podcast com acusações escatológicas.
LEIA TAMBÉM: Sargento Fahur quebra o silêncio após ser alvo de Marcola, do PCC
Te podría interesar
A interpelação está com o ministro Luiz Fux, que nesta segunda-feira (22) pediu manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso.
A defesa de Marcola quer que Fahur preste esclarecimentos sobre uma declaração, dada em entrevista, afirmando que o chefe do PCC toma remédios fortíssimos para não defecar sangue por conta da inserção de baterias no próprio ânus. O deputado disse que tais informações lhe foram repassadas por um agente de segurança da Penitenciária Federal de Brasília (DF), onde Marcola está preso.
Os advogados do líder da organização criminosa querem que o STF investigue como Fahur obteve tais informações e se chegou a consultar o prontuário médico do detento, pois se tratariam de fatos "relativamente sigilosos, cuja obtenção deu-se em razão do cargo de deputado federal".
A interpelação se sustenta no artigo 144 do Código Penal, que versa sobre "referências, alusões ou frases, calúnia, difamação ou injúria", e prevê que "quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa". O caso pode ensejar uma eventual ação penal de crime contra a honra.
Até o momento da publicação desta matéria o deputado Sargento Fahur não avia se manifestado sobre a ação judicial protocolada por Marcola.