O amigo de uma funcionária da empresa Febracis, anteriormente chamada de Instituto Paulo Vieira, que atua na área de coaching, fez uma denúncia em abril deste ano, no Ministério Público do Ceará, mostrando que nos treinamentos da firma um slide apontava que tipo de pessoa deveria ser evito nos quadros da companhia: “petistas, comunistas e pessoas do candomblé”. Ela resolveu fazer a denúncia porque a empregada que presenciou o fato tinha medo de sofrer represálias se comunicasse o fato às autoridades.
“Sei que se trata de uma empresa privada, mas isso é um absurdo, pessoal. Um preconceito sem tamanho, em especial contra pessoas que são de religiões com matrizes africanas”, falou o denunciante à reportagem do portal g1.
Em outubro de 2022, uma outra funcionária já havia denunciado que tinha sido demitida da Febracis por se negar a declarar voto no então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). O desligamento teria ocorrido após a mulher se posicionar abertamente em apoio a Lula (PT).
A Febracis foi fundada em 1998 e mantém escritórios em 40 cidades do Brasil, além de representações nos EUA, América Latina, Europa e África. Em nota, a companhia diz que é “terminantemente contrária a qualquer tipo de assédio e respeita as pessoas como elas pensam e são bem como suas diferentes ideologias, culturas, religiões e formas de expressão” e que “a diversidade faz parte da cultura organizacional e o processo seletivo estruturado com base em competências”. Diante da denúncia, a Febracis acrescentou também que “está instaurando um processo interno para a devida apuração dos fatos”.