Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram uma operação conjunta contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraiama, na noite deste domingo (30), que terminou com 4 garimpeiros mortos.
Quando chegaram para a ação de fiscalização no garimpo ilegal conhecido como "Ouro Mil", os agentes foram recebidos a tiros de armamento pesado e revidaram, matando 4 criminosos. Um deles, de acordo com a PRF, era um foragido da notícia do Amapá.
Segundo o Ministério da Justiça, a suspeita é que os garimpeiros alvos da operação faziam parte de uma organização criminosa de São Paulo que atua com garimpo ilegal em todo o país.
"O ataque ocorreu durante tentativa de desembarque da aeronave PRF, quando criminosos, munidos de armamento de grosso calibre, atiraram contra os agentes no intuito de repelir a atividade de repressão ao garimpo ilegal (...) Esta não é a primeira vez que agentes federais são recebidos a tiros por garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami. Recente histórico aponta para ocorrências em outros acampamentos clandestinos, como nas comunidades Maikohipi e Palimiú, sempre na tentativa de inibir o trabalho de desintrusão das terras demarcadas", diz nota oficial da PRF sobre o caso.
Foi apreendido na operação um arsenal de armas de grosso calibre e munições, entre elas 1 fuzil, 3 pistolas e 7 espingardas, além de miras holográficas, rádios, celulares, coldres de revólveres, entre outros.
Yanomami assassinado
A operação da PRF e Ibama contra o garimpo ilegal ocorreu um dia após garimpeiros criminosos assassinarem um yanomami com tiros na cabeça em ataque que deixou outros 2 feridos na mesma Terra Indígena em Roraima.
A vítima fatal é Ilson Xirixana, que tinha 36 anos e atuava como agente indígena de saúde (AIS). Ele chegou a ser socorrido com vida e encaminhado a uma unidade de saúde, mas não resistiu e faleceu na manhã deste domingo (30).
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou através das redes sociais que sua pasta pediu reforço ao Ministério da Justiça, Flávio Dino, às investigações sobre o caso, que estão sob responsabilidade da Polícia Federal.
Desde janeiro desde ano o governo Lula vem encampando ações duras contra o garimpo ilegal em Roraima e expulsando criminosos da região. A presença de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami aumentou exponencialmente durante o governo Bolsonaro e, neste período, os crimes do garimpo submeteram os indígenas a assassinatos e uma forte crise humanitária, com centenas de casos de doenças e desnutrição.