A Justiça do Tocantins aceitou nesta sexta-feira (28) denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e tornou réus o prefeito de Carolina (MA), Erivelton Teixeira Neves, e o vereador Lindomar da Silva Nascimento, ambos do PL, partido de Jair Bolsonaro, por doparem uma mulher grávida e realizarem um aborto na vítima sem seu consentimento. O caso ocorreu em 2017.
Segundo o MP, Erivelton, que é médico, mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima até 2016, mas ela terminou com o prefeito por descobrir que ele era casado. Em 2017 eles reataram e, no início do ano, a mulher engravidou. No mês de março, então, o politico do PL teria buscado a vítima em casa afirmando que faria um exame de ultrassonografia, mas seguiram para um motel em Augustinópolis (TO), onde tiveram uma relação sexual antes da consumação do crime.
A promotoria explica que o médico ludibriou a mulher depois da relação sexual afirmando que tiraria sangue dela para realizar exame de gravidez, mas que neste momento ele a sedou. O vereador Lindomar, então, teria entrado em cena para ajudar Erivelton a fazer o aborto sem o consentimento da vítima, que estava desacordada.
"Neste momento de vulnerabilidade, ele realizou um procedimento de curetagem com o auxílio do segundo denunciado [Lindomar]", detalhpou o promotor Elizon de Sousa Medrado.
Depois, a dupla teria deixado a mulher sozinha em casa, ainda debilitada por conta do procedimento.
A denúncia é embasada pelo depoimento da vítima e por prints de mensagens entre ela e Erivelton após o procedimento. "Dói demais. Eu podia ter morrido naquele motel. Não posso pedir colo nem para meus pais. Não sei como vou explicar para eles que não tem mais neném na minha barriga", diz uma das mensagens enviadas pela mulher.
Até o momento da publicação desta matéria, nenhum dos dois réus tinham se manifestado sobre a acusação. O espaço está aberto para eventual manifestação.