QUEBROU O SILÊNCIO

Daniel Cravinhos dá 1ª declaração sobre Suzane von Richthofen em quase 21 anos

Condenado pelo assassinato dos pais da então namorada, junto com ela e o irmão, disse o que diria e faria se a encontrasse hoje

Daniel Cravinhos e Suzane von Richthofen.Créditos: Redes sociais e TV Globo/Reprodução
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Daniel Cravinhos, assassino do casal Manfred e Marísia von Richthofen, crime cometido em conjunto com sua então namorada, Suzane von Richthofen, filha das vítimas, e do irmão, Cristian Cravinhos, em 2002, falou pela primeira vez sobre a comparsa com quem se relacionava à época do bárbaro duplo homicídio que marcou uma época.

Condenado a 39 anos e meio de prisão em 2006, Daniel cumpriu pena em regime fechado até 2018, quando pôde sair, por autorização da Justiça, para cumprir o resto de sua condenação em liberdade. Hoje ele se dedica profissionalmente à customização de pinturas em motocicletas e também a atividades de aeromodelismo, uma paixão que já tinha quando cometeu o crime.

A breve entrevista foi concedida ao jornalista Ulisses Campbell, do diário carioca O Globo, na qual Daniel deu declarações sobre Suzane e alguns pormenores que envolveram a dinâmica dos assassinatos. Ele também falou das vítimas, Manfred e Marísia. Sobre a namorada de duas décadas atrás, sobre quem jamais se dirigiu em pronunciamentos públicos, o assassino comentou o que faria se a encontrasse na rua.

“Acho que não tenho mais nada pra falar com ela. Minha história com a Suzane acabou no dia 31 de outubro de 2002 (dia do crime). Agora, ela é vítima de si mesma”, disse Daniel, que agora utiliza o sobrenome “Bento”.

Sobre o que sente em relação a Suzane, ele explicou que já teve sentimentos ruins, mas que isso não o fazia bem, o que o fez mudar de comportamento.

“Antes, tinha muita mágoa, raiva e tudo mais. No entanto, percebi que minha vida não andava para frente enquanto alimentava esses sentimentos negativos no coração. Sendo assim, se a encontrasse na rua, falaria ‘boa sorte na sua caminhada’. E mudaria de calçada”, acrescentou.

O autor de um dos crimes mais famosos de todos os tempos no Brasil também contou que tem a intenção de um dia se aproximar de Andreas von Richthofen, o irmão caçula de Suzane, a quem chamou de “irmão”.

“Ainda não tive oportunidade de encontrá-lo depois que saí de Tremembé. O Andreas era meu irmão. Sonho com o dia em que terei um acerto de contas definitivo com ele. Ainda estou me preparando psicologicamente para procurá-lo, abraçá-lo e beijá-lo. Nem sei se tenho essa coragem”, revelou o entrevistado.

O homicida contou que pensa nas vítimas de seu bárbaro ato e que até sonha com eles, mas que de tempos pra cá esses sonhos não são ruins.

“Hoje, o casal Richthofen aparece no meu sonho sempre fazendo coisas boas para mim. Outro dia sonhei com o Manfred e a Marísia me perdoando e apoiando o meu recomeço”, finalizou Daniel “Bento”.