RIO DE JANEIRO

Mulher nega beijo e encontro de aplicativo termina na cadeia

Após negativa, homem passou a perseguir a vítima, com direito a tentativas de extorsão e ameaça de morte

Bruno César Roxo Ferreira, de 36 anos.Mulher nega beijo e encontro de aplicativo termina na cadeiaCréditos: Reprodução /Redes Sociais
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Há duas semanas, uma moradora do Rio de Janeirozapeava’ o celular em um aplicativo de relacionamentos. Em dado momento encontrou o perfil de Bruno César Roxo Ferreira, de 36 anos, e, olhando para o homem bem vestido, postado em restaurantes elegantes e viagens aparentemente agradáveis, deu “match”, ou seja, marcou-o como alguém interessante. O que a mulher não esperava era que, dias depois, o que poderia ter sido um belo encontro romântico terminasse nas páginas policiais com a prisão do homem.

Ela falou com exclusividade ao blog Universa, do Uol, para quem também mostrou os prints das conversas com Bruno. Segundo a moça, que teve seu nome preservado, ainda no período da ‘conquista’, ou seja, quando o futuro casal já passa horas trocando mensagens e eventualmente se encontra, sem que tenha concretizado um encontro amoroso de fato, notou logo de cara um certo excesso por parte do homem.

“Tentou me conquistar com coisas que para mim são normais, como almoço e jantar. Começou a mandar links de casas para eu morar, comprou vestido sem eu pedir, falou que ia fazer plano de saúde, me levar a camarotes, mas nada disso aconteceu”, relatou.

Ela ainda contou que foi no momento em que negou um beijo ao homem, em um desses encontros, que ele teria se dado conta do insucesso nas investidas e passado de um cara que queria agradar para alguém que apresenta um comportamento obsessivo.

“Você não vai me beijar? Não vai transar comigo? Não vai ser minha namorada? Então amanhã quero que você me pague tudo o que eu gastei com você. Senão, vou por o Bope (Batalhão de Operações especiais) na frente da sua casa. Já matei um miliciano assim”, disse o homem pelo WhatsApp.

Nesse momento, ela tentou conversar. “Bruno, a gente nem começou um namoro. Íamos ver se ia dar certo. Íamos para Angra”, escreveu. Mas ele parecia irredutível: “Me dá dois mil reais e terminamos agora. Eu gastei muito mais”.

Nos 'prints' é possível ver uma série de chamadas telefônicas não atendidas entre as mensagens. Além das ameças por escrito, ele também telefonava para a vítima e enviava mensagens pelas redes sociais. Em uma das mensagens, a mulher afirma que está esperando para ser atendida pelo psiquiatra. Ela faz tratamento após ter sido vítima de abuso psicológico e sexual no trabalho. Contou que já estava relativamente bem, mas quando teve a infelicidade de conhecer Bruno, voltou a tomar remédios.

“Manda ele (o psiquiatra) tomar no cu. Você acabou de perder o trabalho. Burra, idiota. Se eu te pegar, te mato. Você me fez passar vergonha”, respondeu o homem.

Bruno foi preso na última terça-feira (28) em sua casa na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, e agora irá responder pelos crimes de extorsão, perseguição e ameaça. Segundo o relato da vítima, ele fazia chamadas e enviava mensagens intimidatórias durante o intervalo em que ela prestava queixa na 42ª Delegacia de Polícia, no Recreio, bairro vizinho.

Bruno tem outras acusações de abusos e intimidações contra mulheres. Nas redes sociais se apresenta como empresário, chef de cozinha e modelo. Não há maiores informações sobre o andamento do processo.

“Me sinto aliviada por ele estar preso, estou acompanhando cada passo do processo com o meu advogado. Estou usando remédios controlados porque ativou algo que já estava estável em mim, que é a minha paz mental”, desabafou a vítima.