Além da tentativa frustrada de atentado a bomba no aeroporto de Brasília e do levante golpista em 8 de janeiro, os extremistas apoiadores de Jair Bolsonaro queriam assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia de sua posse e contavam com um planejamento para isso.
A revelação foi feita pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, em entrevista ao Estadão nesta sexta-feira (24). Segundo Dino, a Polícia Federal encontrou mensagens de George Washington de Oliveira Sousa, preso por tentar explodir uma bomba em um caminhão-tanque próximo ao aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022, planejando a execução de Lula com um tiro de fuzil de longa distância.
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“Esse cidadão que está preso, da bomba, do aeroporto, no dia 24 (de dezembro), ele estava fazendo treino e obtendo instruções de como dar um tiro de fuzil de longa distância. Ele estava obtendo informações. Há um diálogo dele em que ele procura informações de qual o melhor fuzil, qual a melhor mira para tantos metros de distância", afirmou Dino.
O ministro ainda revela que, apesar do nome de Lula não ser citado, o diálogo "dá a entender" que o presidente seria o alvo. "Mas dias antes ele dá a entender, né? Porque pergunta: 'Qual o fuzil que é mais adequado para tal distância?'; 'E a tal mira?' Aí o instrutor diz: 'Não, essa mira é melhor'. Ou seja, havia atos preparatórios para a execução de um tiro que ia ser um tiro no dia da posse de Lula", prosseguiu.
Em depoimento à polícia, George Washington de Oliveira Sousa informou que a tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília foi planejada dentro do acampamento golpista que ficava em frente ao Quartel General (QG) do Exército da capital federal. Quando foi preso, o bolsonarista tinha sob sua posse duas espingardas, 1 fuzil, 2 revólveres, 3 pistolas, 5 emulsões explosivas, munições e uniformes camuflados.