CRIME

Chefe do PCC comenta assassinato de servidora: “Não sou psicopata”

Declaração de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi obtida mediante interceptação enquanto estava detido na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia

Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.Chefe do PCC comenta assassinato de servidora: “Não sou psicopata”Créditos: Reprodução
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O chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital) Marco Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, afirmou não ser o mandante da execução de uma servidora da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, em 2017. “Não sou um cara bonzinho, mas também não sou psicopata”, declarou referindo-se a Roberto Soriano, o Tiriça, de 49 anos e apontado pelo Ministério Público de São Paulo como “número 2” da facção criminosa.

A declaração foi obtida por meio de uma interceptação de conversas do chefe do crime com interlocutores, em junho de 2022, enquanto Marcola estava preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, e veio a público pela coluna Na Mira, do portal Metrópoles.

Na conversa, Marcola afirma que não é do seu feitio matar agentes penitenciários e que não é a favor da “violência gratuita”. Também diz que costumava ser espancado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo, mas que no sistema federal se sente respeitado pelos agentes.

Marcola está desde 25 de janeiro deste ano na Penitenciária Federal de Brasília, para onde foi transferido com a autorização do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O ministro declarou à imprensa que sua transferência seria uma medida de prevenção contra possível plano de fuga que estaria sendo elaborado no presídio de Porto Velho.

Já Soriano, a quem Marcola teria se referido como “psicopata” na conversa interceptada, está preso na Penitenciária Federal de Brasília acusado de ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, que trabalhava atendendo detentos na penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas. Ela foi baleada na cabeça ao chegar em casa com o marido, que é policial civil, e o filho. Os dois que sobreviveram ao episódio que envolveu no mínimo quatro homens armados como executores do crime.

O crime teria sido uma resposta do PCC contra o regime considerado rigoroso imposto às suas lideranças encarceradas no Sistema Penitenciário Federal. As principais queixas dos detentos seriam a ausência de visitas íntimas e o fato de as conversas com advogados só serem admitidas mediante parlatório. Dessa maneira, fica dificultada a troca de “salves”, ou bilhetes e mensagens, além de ficar muito mais difícil a entrada de drogas e celulares nas unidades prisionais.

O mandante do assassinato da psicóloga, apontado como sendo o “número 2” da facção, é também considerado o líder da chamada “ala terrorista”, um grupo do PCC que planeja e executa assassinatos de autoridades. De acordo com o Metrópoles, três criminosos ligados ao crime contra a psicóloga foram condenados neste ano e recebem um auxílio mensal de R$ 5 mil da facção.

*Com informações do Metrópoles.