INVESTIGAÇÃO

Irmã e sobrinho de governador bolsonarista são alvos de operação da PF

Os agentes da Polícia Federal investigam lavagem de dinheiro proveniente de ouro ilegal em esquema suspeito de movimentar R$ 64 milhões em dois anos

Vanda e o irmã Antonio Denarium.Créditos: Reprodução/Facebook Antonio Denarium
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A irmã e o sobrinho do governador bolsonarista de Roraima, Antonio Denarium (PP), são alvos de uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (10). Vanda Garcia de Almeida e Fabrício de Souza Almeida são suspeitos de envolvimento em lavagem de dinheiro proveniente de ouro ilegal.

Agentes da PF se dirigiram à residência de Vanda na madrugada. Na casa do sobrinho de Denarium, foram encontradas nove armas. Fabrício foi preso em 2010 de posse de diamantes em Rondônia.

A PF suspeita que a lavagem de dinheiro é de extração ilegal de ouro da Terra Indígena Yanomami. O território enfrenta uma grave crise humanitária em consequência da ação nefasta de garimpeiros que exploram ilegalmente no local. Além da irmã e do sobrinho, outros familiares de Denarium estão entre os alvos da operação.

O governador divulgou uma nota na qual afirmou que “desconhece o teor da investigação" e espera que as eventuais responsabilidades "sejam apuradas na forma da lei”. Ele também se colocou “à disposição para todo e qualquer esclarecimento”.

A ação, chamada de Operação BAL (composto usado no tratamento de envenenamento por ouro, British Anti-Lewisite), mira um esquema suspeito de movimentar R$ 64 milhões em dois anos. Ao todo, são cumpridos oito mandados de busca e apreensão e de bloqueio de bens em Roraima e Pernambuco, de acordo com reportagem de Cesar Tralli e Valéria Oliveira, na Globo e G1 RR.

A operação investiga uma organização criminosa que estaria por trás do esquema de lavagem de dinheiro. Os agentes encontraram cinco toneladas de cassiterita na casa de um dos alvos. A suspeita é que o minério tenha sido extraído ilegalmente da Terra Indígena Yanomami.

Investigação tem início após abordagem a veículo em rodovia de Roraima

A investigação teve início depois de uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a um veículo em uma rodovia em Roraima.

“Análises da PF indicaram envolvimento do passageiro com outros suspeitos já investigados em outros procedimentos e conseguiram revelar um esquema que teria movimentado R$ 64 milhões em pouco mais de dois anos”, apontou a PF.

“Suspeitos receberiam valores de diversos financiadores pelo Brasil e sacariam ou transfeririam os valores para pessoas e empresas no estado de Roraima, as quais seriam responsáveis pela compra de ouro ilegal”, acrescentou.