O policial militar Thiago Cesar Lima, de 36 anos, que foi preso no último fim de semana após ser filmado assassinando a própria esposa, Erika Satelis Ferreira, de 33, no meio da rua, na Zona Norte de São Paulo, após agredi-la com vários socos, tem uma ficha de acusações assustadora para um agente da lei.
A ex-esposa do PM, com quem ele tem um filho e está divorciado há algum tempo, já tinha denunciado Lima por outros outros. Num episódio de violência extrema, essa mulher denunciou à Polícia Civil, em 18 de agosto do ano passado, que o policial tinha cometido contra ela os crimes de lesão corporal, ameaça e estupro. O episódio teria ocorrido em Franco da Rocha, na Região Metropolitana de São Paulo. Uma medida protetiva contra Lima, com base na Lei Maria da Penha, foi então expedida e o agente não pode chegar a uma distância menor do que 100 metros da vítima.
Ela contou aos policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) que seu relacionamento de oito anos com o PM era extremamente conturbado e que os episódios de violência eram frequentes, inclusive acusando o então marido de agredi-la por estar sob efeito de cocaína. A denúncia apresentada pela ex-esposa foi arquivada pela Justiça em março deste ano.
Erika, a esposa morta no fim de semana, também havia registrado um boletim de ocorrência, no fim de outubro, informando que o PM havia apontado uma pistola para seu rosto e a ameaçado de morte.
Relembre o crime
Uma câmera de segurança instalada na Rua Bananalzinho, na região de Perus, extremo Norte da capital paulista, flagrou o exato momento em que o carro onde estavam Lima e Erika parou, aparentemente por causa de uma discussão. A mulher desce do carro e parece puxar o PM com força para fora do veículo, no que se imagina ser uma discussão.
Na sequência, já fora do automóvel, Lima dá vários socos no rosto da esposa, saca uma pistola .40 do Estado de São Paulo que trazia na cintura, e então dispara à queima-roupa contra o peito dela. A mulher ainda anda até a calçada cambaleando, mas volta ao leito da rua e cai morta apoiada no para-choque do carro. O PM entra no veículo, arranca e foge do local, deixando o corpo de Erika na via pública.
Lima foi encontrado pela Corregedoria da Polícia Militar e levado para o Presídio Militar Romão Gomes, onde permanece preso após a Justiça converter sua prisão em flagrante em prisão preventiva. Já a vítima, que deixa duas filhas, frutos de um outro relacionamento, foi sepultada no cemitério Valle das Colinas, em Franco da Rocha.