INTERPOL INVESTIGA

Mensagem misteriosa: Brasileiro vai fazer negócios na Suíça e desaparece

Márcio Rodrigues da Silva pousou em Zurique há quase 10 dias, mandou uma mensagem muito estranha e de repente sumiu. O celular dele está desligado

Márcio Rodrigues da Silva, o empresário desaparecido na Suíça.Créditos: Arquivo pessoal
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O empresário Márcio Rodrigues da Silva, de 44 anos, morador do interior de São Paulo, trabalha com produtos terapêuticos. Ele havia tomado conhecimento pela internet de um bom negócio no seu ramo por meio de uma suposta empresa com sede na Suíça. Fechou o negócio e, para concluir e finalizar a transação, foi até o país europeu, conforme o combinado.

Ele tocou o solo no aeroporto de Zurique no dia 8 deste mês. Avisou a esposa, Ana Lúcia da Silva, que havia chegado e que em breve mandaria notícias sobre iam as coisas e em relação à reunião final de negócios. Só que o primeiro contato feito pelo homem, por meio de uma mensagem de áudio, apavorou a companheira.

“Seja o que Deus quiser, tá bom? Eu acho que nós caímos em uma cilada, tá bom? Muito grande. Eu vou torcer para que Deus me mantenha vivo. Eu vou falar uma coisa, amor, de coração: se acontecer alguma coisa comigo, saiba que te amo muito”, diz Márcio na misteriosa mensagem, ainda que sem mencionar o que estava acontecendo.

Desde então, o empresário desapareceu. Seu aparelho celular, quando se tenta localizá-lo por rastreamento, aparece como desligado. A esposa revelou ainda que numa das mensagens antes do sumiço, Márcio contou que o tal grupo que seria de pessoas ligadas à empresa com qual negociou teria levado seu passaporte, com a justificativa de que precisavam do documento para tirar cópias, fazendo o empresário admitir que acreditava estar sendo vítima de um golpe.

Vivendo o pesadelo de não ter notícias do marido, Ana registrou um boletim de ocorrência numa delegacia brasileira e, desde então, vem mantendo contato com agentes da Interpol. As autoridades diplomáticas brasileiras também já teriam sido acionadas, por meio do consulado brasileiro em Zurique.

O Itamaraty, no entanto, se recusa a dar qualquer informação sobre o episódio e explica que age desta forma em todos os casos envolvendo os cidadãos brasileiros no exterior por conta de Lei de Acesso à Informação, que veta a divulgação de dados considerados privados.