Nesta segunda-feira (13), a influenciadoras digitais Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves foram indiciadas por racismo pela Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi), quase seis meses após serem denunciadas on-line por darem uma banana e um macaco de pelúcia a crianças negras em um vídeo.
O indiciamento diz respeito apenas ao caso da criança que recebeu o macaco de pelúcia. Kérollen e Nancy ainda são investigadas em outros três inquéritos na Decradi.
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A delegada responsável pelo inquérito, Rita Salim, afirmou que a conduta da dupla é considerada racismo e “dentro do contexto, racismo recreativo”.
“Não é admitido você discriminar, constranger e usar de meios vexatórios para expor uma pessoa por meio de diversão. Isso é crime. Além disso, expor ao racismo é um agravante”, explicou.
Relembre o caso
Em maio deste ano, o racismo praticado pelas influenciadoras Kérollen e Nancy veio à tona após denúncia feita nas redes sociais da advogada Fayda Belo, que resgatou um vídeo previamente apagado da dupla de mãe e filha em que elas, em tom irônico, “presenteiam” duas crianças negras com uma banana e um macaco de pelúcia.
Racismo não é entretenimento.
— Fayda Belo???? (@faydabelo) May 30, 2023
Racismo é crime!
Vamos de mutirão?
Vídeo completo na rede vizinha!
Link para denúncia: https://t.co/bv1mRePeFB pic.twitter.com/8ZLjdaXyLb
À época, Fayda Belo apontou o caso como discriminação e ridicularização de menores, além de racismo recreativo, que acontece quando alguém usa de “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão”.
Esse tipo de vídeo era marca registrada da dupla de influencers. Quando o escândalo estourou, elas acumulavam mais de 16 milhões de seguidores nas plataformas Youtube, Instagram e TikTok.
Puxada por Fayda Belo, uma campanha para que mãe e filha fossem responsabilizadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro do Rio de Janeiro tomou a internet.
Logo após a repercussão, a Decradi anunciou a abertura do inquérito para investigar as influenciadoras. À época, Kérollen e Nancy se pronunciaram por meio de uma nota escrita por sua assessoria, afirmando que “as publicações em questão foram retiradas de contexto e interpretadas de maneira distorcida” e que “não tiveram a intenção de promover o racismo ou ofender qualquer indivíduo ou grupo étnico”.
Em junho, as redes sociais das influenciadoras foram bloqueadas, após um pedido do deputado estadual Vitor Júnior (PDT), membro da Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
O bloqueio vale por seis meses e também impede que Kérollen e Nancy criem outros perfis na internet, sob pena de multa de R$ 5 mil por dia de uso.
* Com informações do G1.