A Justiça Federal do Amazonas decidiu, nesta terça-feira (3), levar os réus acusados pela morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips a júri popular. A sentença, que já era esperada, ocorre após mais de 400 dias do brutal assassinato.
Amarildo da Costa Oliveira (Pelado), o irmão dele, Oseney da Costa Oliveira (Dos Santos), e Jefferson da Silva Lima (Pelado da Dinha) serão julgados pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
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Amarildo e Jefferson são réus confessos dos crimes. Os dois, juntos a Oseney, estão em prisão preventiva.
Apontado como mandante do crime pela Polícia Federal (PF), Ruben Dario da Silva Villar, será julgado em processo separado.
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De acordo com a perícia da PF, Amarildo e Jefferson perseguiram o barco de Bruno e Dom e disparam com espingardas contra as vítimas. Oseney se encontrou com os dois em seguida.
O juiz responsável pelo caso, Wendelson Pereira Pessoa, da Comarca de Tabatinga, disse que a decisão pelo júri aconteceu com base em “um exame de probabilidade, e não de certeza, acerca da existência de prova da materialidade de crime doloso contra a vida”.
O magistrado também afirmou que “não há motivo para colocação dos réus em liberdade [...] justamente quando são pronunciados, afigura-se ainda mais necessária a manutenção da custódia cautelar”.
A defesa dos réus alega que eles agiram em legítima defesa após disparos de Bruno, mas Wendelson descartou a alegação.
Os réus ainda podem recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região e a tribunais superiores.
Júri popular
Um júri popular é formado por pessoas comuns, sem formação em Direito, e selecionadas por meio de sorteio, feito pelos órgãos do Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública.
O objetivo é levar crimes de interesse social à avaliação da própria sociedade.
Relembre o crime
No dia 5 de junho de 2022, Bruno e Dom foram vítimas de uma emboscada quando se dirigiam para Atalaia do Norte, no Amazonas, pelo Rio Itaguaí. Os assassinos dispararam tiros de espingarda que atingiram Dom uma vez e Bruno três vezes, nas costas e no rosto.
Após os assassinatos, os criminosos esconderam os pertences dos dois e afundaram sua embarcação para não deixar rastros. Bruno e Dom ficaram desaparecidos por dez dias, quando seus corpos foram encontrados esquartejados, queimados e enterrados.