Terroristas bolsonaristas terminaram no último domingo (8) o serviço iniciado pela própria família Bolsonaro durante os quatro anos de mandato do ex-presidente e, em meio à invasão do Planalto destruíram e roubaram uma série de obras de arte presentes nas sedes dos Três Poderes da República, em Brasília.
Enquanto na última semana a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, abria as portas do Palácio do Alvorada para mostrar danos às intalações do local, incluindo uma tabeçaria de Di Cavalcanti avaliada em mais de R$ 5 milhões, dessa vez os próprios apoiadores do ex-presidente fizeram questão de esfaquear uma obra do histórico artista brasileiro.
A obra, no caso, chama-se “Mulatas”, e se insere em um contexto em que seu autor, Di Cavalcanti, morto em 1976, buscava retratar o Brasil real, popular, através do próprio povo brasileiro. Avaliada em cerca de R$ 8 milhões, a obra que decora o Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada esfaqueada por pelo menos cinco vezes após a saída dos terroristas do local.
Entre as áreas do Planalto mais brutalizadas pelos bolsonaristas está o corredor do segundo andar, que dá acesso aos ministérios. São inúmeras as obras destruídas ali que ainda precisarão de uma avaliação quanto aos danos causados. Entre elas destaca-se a escultura “O Flautista”, de Bruno Jorge. Avaliada em R$ 250 mil a peça foi encontrada estilhaçada pelo chão do Palácio.
Uma escultura de parede feita em madeira por Frans Krajcberg e avaliada em R$ 300 mil também teve o mesmo destino, assim como a mesa de trabalho do ex-presidente Juscelino Kubitscheck que acabou destruída ao ser usada como barricada pelos terroristas.
Outra peça de relevância do Palácio do Planalto completamente destruída pelos bolsonaristas foi o Relógio de Balthazar Martinot, um relógio de pêndulo datado do século XVII presenteado a Dom João 6º. O autor da obra era o relojeiro oficial do então Rei da França, Luís XIV. Só existiam, no mundo, dois relógios feitos por Martinot: um está no Palácio de Versalhes, na França, e o outro acabou sendo completamente destruído por fascistas.
Indo para a Câmara dos Deputados, também invadida pelos apoiadores de Bolsonaro, há mais destruição de bens artísticos do povo brasileiro. A escultura de bronze “A Bailarina”, produzida em 1920 por Victor Brecheret, foi roubada. Também o painel “Araguaia”, um vitral de Marianne Peretti datado de 1977 foi quebrado. E dos quatro exemplares originais da Constituição Brasileira de 1988, restaram somente dois: um foi destruído no incêndio do Museu Nacional em 2018 e o outro por bolsonaristas no último domingo.
Ao chegar ao Supremo Tribunal Federal, a Estátua da Justiça, que está na porta do perto, foi pichada com um “perdeu, mané”, em clara provocação ao ministro Barroso por frase dita recentemente a golpista nos EUA. Mas se fosse apenas uma pichação, seria simples de resolver. Os golpistas também destruíram a cadeira usada pela presidência do STF. Feito por Jorge Zalszupin, o móvel foi encontrado jogado nas ruas juntamente com o brasão de República.
Além disso, ainda no STF os bolsonaristas destruíram cerca de outras 20 obras, todas presenteadas ao Brasil por chefes de Estado de outros países e algumas delas centenárias. Ente essas obras, uma série de vasos chineses raros acabou destruída.