MINAS GERAIS

Juiz autoriza playboy bolsonarista a retomar acampamento golpista em BH; prefeito aciona STF

O empresário Esdras Jônatas dos Santos, apesar de ostentar um carro Porsche no ato antidemocrático, alegou pobreza e requereu gratuidade judiciária ao acionar Justiça

O empresário bolsonarista Esdras Jonatas dos Santos.Créditos: Reprodução
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Horas após a prefeitura de Belo Horizonte (MG) desmontar acampamento golpista de apoiadores radicais de Jair Bolsonaro (MG) em frente a quartel do Exército, na manhã de sexta-feira (6), o juiz de primeira instância Wauner Batista Ferreira Machado proferiu decisão liminar autorizando um dos líderes do ato antidemocrático, o empresário Esdras Jônatas dos Santos, a retomar o "protesto" e obstruir a via. 

Esdras, que tem empresa na área têxtil, é um "playboy" que possui um carro alemão Porsche, cujo modelo mais barato é avaliado em R$ 439 mil. Ele chegou, inclusive, a desfilar com o veículo pelo acampamento golpista. Apesar disso, o bolsonarista, ao entrar com a ação na Justiça para poder retomar o ato, alegou que é pobre e pediu gratuidade judiciária, sob o argumento de que não tem "condições de arcar com as despesas processuais sem obter prejuízo de seu próprio sustento e de sua família".

Após ficar sabendo da decisão favorável a Machado, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), informou que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a sentença. "Recebi com surpresa a notícia de uma decisão de 1ª instância que autoriza um manifestante a obstruir novamente a Av. Raja Gabaglia. Determinei à Procuradoria-Geral do Município que ajuíze imediatamente uma reclamação no STF para garantir a autoridade das decisões da Corte", informou o mandatário municipal, neste sábado (7), através das redes sociais. 

Fim do acampamento golpista

A tão esperada intervenção chegou nesta sexta-feira (6) ao acampamento armado por extremistas apoiadores de Jair Bolsonaro que, desde a derrota nas urnas, clamam por um golpe em frente ao Comando da 4º Região Militar do Exército, na avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte. 

Não foi exatamente como os golpistas planejavam. A intervenção foi feita via Guarda Municipal da capital mineira após dezenas de reclamações sobre a obstrução do trânsito no local.

A ação dos agentes da prefeitura, que desmontaram os barracos e andaimes, provocou um chilique coletivo entre os golpistas, que se recusavam a deixar o local, gritando que só faria isso "se o Exército mandar".

As cenas pitorescas foram parar nas redes sociais por meio de diversos vídeos em que os golpistas aparecem chorando e rezando.

A ação da Guarda Municipal, que contou com ajuda da Procuradoria-Geral do Município e da Subsecretaria Municipal de Fiscalização, acontece um dia depois que um fotógrafo do jornal Hoje em Dia foi agredido pelos golpistas no acampamento.

Segundo o jornal, o fotógrafo foi perseguido enquanto fazia fotos de longe. Ele chegou a se esconder atrás de um carro, mas foi arrastado pelo chão e agredido com socos e pauladas. Ainda de acordo com o veículo, a câmera usada por ele foi levada pelos agressores, e as lentes, destruídas.

 

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