QUE HISTÓRIA...

Como uma ida ao centro de SP para compras fez casal parar no Líbano e ser preso

Família não entendeu nada sobre o ocorrido no começo da história. Agora, eles podem ficar até oito anos na cadeia em Beirute

Casal de Carazinho (RS) preso no Líbano.Homem e mulher que viviam no Rio Grande do Sul foram presos no Líbano por tráfico internacional de drogasCréditos: Redes sociais/Reprodução
Escrito en BRASIL el

Igor Antônio dos Santos Cabral, de 26 anos, e Juliana Nunes do Nascimento, de 31, moravam na pequena Carazinho, no Rio Grande do Sul. Ele gaúcho, ela paraense. Estavam juntos havia dois anos. Na penúltima semana de 2022, o casal avisou os familiares que estava indo para São Paulo, na região central, para fazer compras. Os contatos cessaram repentinamente dia 18 de dezembro.

Os parentes ficaram desesperados, foram até a capital paulista e chegaram a registrar um boletim de ocorrência por desaparecimento. Os investigadores de São Paulo, por sua vez, tentaram todo tipo de contato com o homem e a mulher cujo paradeiro era desconhecido.

Dia 29, antevéspera do réveillon, marca uma guinada no caso. A família vai ao DP e pede a suspensão das buscas, já que uma autoridade de imigração do Líbano, país do Oriente Médio que fica a quase 11 mil quilômetros de distância do Brasil, ligou, conjuntamente com advogados e intérpretes de língua portuguesa, para informar que Igor e Juliana estava presos na pequena nação árabe.

Após um longo imbróglio com o Itamaraty para tentar descobrir do que se tratava o misterioso caso, uma vez que a imprensa foi informada pelos libaneses de que não receberia dados sobre o caso dos brasileiros presos, os jornais locais finalmente reportaram o ocorrido.

O casal pegou um voo de São Paulo para Doha, no Catar, e de lá voou para Beirute, no Líbano, onde tentou entrar carregando 500g de cocaína no estômago cada um. Eles foram notados pelos policiais e acabaram confessando o crime de tráfico internacional. Levados a um local seguro para expelir o entorpecente, Igor e Juliana foram posteriormente conduzidos para um presídio da capital libanesa.

Brasil e Líbano não têm tratado de extradição assinado, o que faz supor que, ao serem condenados, os dois acusados terão que cumprir toda a pena no país onde estão agora. Pela lei libanesa, o crime de tráfico internacional de drogas pode render até oito anos de prisão.