O Exército suspendeu ao longo do mês de dezembro pelo menos duas operações que seriam realizadas com conjunto com o governo do Distrito Federal e buscavam desalojar o acampamento bolsonarista montado diante do Quartel-General da Força, em Brasília.
A primeira operação ocorreria na semana anterior à diplomação de Lula (PT) e Alckmin (PSB) como presidente e vice-presidente da República. A cerimônia ocorreu em 12 de dezembro, data em que Brasília viveu uma noite de completo caos causado pelos bolsonaristas nas ruas. A suspensão ocorreu na véspera da operação.
Já em 29 de dezembro, mesmo com o governo do Distrito Federal tendo mobilizado 500 homens para retirar as tendas, o Exército decidiu suspender a operação já em curso, após manifestantes bolsonaristas terem agido de forma hostil diante das forças de segurança.
No acampamento do Quartel-General do Exército em Brasília, até mesmo planos de atentados terroristas, a bomba, em Brasília foram gestados nas dependências do mesmo. A área, inclusive, é de responsabilidade da Força. Por essa razão que as operações seriam em conjunto entre os militares e o governo do DF.
De acordo com reportagem da Folha, as operações para desmobilizar o acampamento foram suspensas por haver “risco de confronto” com os manifestantes". O “medo” dos militares era de que uma ação mais enérgica poderia causar um efeito reverso e estimular a resistência dos bolsonaristas.
Com a viagem de Bolsonaro aos EUA, a fim de fugir da posse de Lula ocorrida no último domingo (1) e das investigações contra si no STF, além da própria posse, setores do acampamento começaram a mobilizar o desmonte por conta própria. No entanto, o acampamento segue em pé. Interlocutores dos Exército ainda teriam dito à Folha que defendem uma saída “conciliada, lenta e gradual”.
A decisão de suspender as operações foi do general Gustavo Dutra. Já o novo governo espera que após a troca do comando da Força, ocorrida no último dia 30 com a posse do general Júlio César de Arruda, o Exército mude sua postura em relação ao acampamento golpista.
Com o resultado do segundo turno das eleições publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de 30 de outubro, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) – o primeiro presidente a não ser reeleito desde que a reeleição é possível – logo montaram acampamentos em rodovias e diante de quarteis das Forças Armadas a fim de contestar os resultados, pedir a cabeça do ministro Alexandre de Moraes (TSE/STF) e criar possibilidades de que Lula (PT) não tomasse posse. Como já verificado pelos fatos, não obtiveram sucesso.
*Com informações da Folha.