Os três acusados de articular o atentado a bomba frustrado que atingiria o aeroporto de Brasília na véspera do último Natal finalmente tiveram a denúncia aceita pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) e agora são réus.
A decisão foi tomada na última terça-feira (10) mas só veio a público neste domingo (15), através da TV Globo. No despacho, o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, apontou que foram preenchidos os requisitos do Código de Processo Penal e aceitou a denúncia do Ministério Público do DF.
Os réus Alan Diego dos Santos e Welligton Macedo de Souza são suspeitos de montar o artefato que George Washington Oliveira Sousa, o outro réu, encaixou no eixo de um caminhão de combustível aeroviário que se dirigia para o aeroporto na manhã de 24 de dezembro de 2022.
O objetivo da ação seria criar um clima de terror na capital do país que pudesse permitir um possível decreto de estado de sítio pelas Forças Armadas que, na avaliação dos autores, resultaria na permanência de Jair Bolsonaro como presidente da República apesar dos resultados eleitorais.
O atentado foi desmontado pelo próprio motorista do caminhão que acionou a polícia ao notar algo anormal no eixo do veículo. A bomba então foi desarmada e retirada do veículo. No mesmo dia George Washington Oliveira Sousa foi preso e no apartamento onde estava hospedado foi encontrado um arsenal avaliado em R$ 160 mil. Os outros dois réus foram identificados dias depois pela investigação.
O trio vai responder à Justiça do DF por crime de explosão de artefato, com previsão de dano à vida, integridade física e patrimônio de terceiros. O Ministério Público quer aumentar a pena, que prevê de 3 a 6 anos de prisão e multa, em pelo menos um terço, uma vez que o plano visava um depósito de combustível. Já as acusações de terrorismo serão enviadas à Justiça Federal e ainda aguardam apreciação. A defesa do trio não quis comentar o caso com a imprensa.