Os episódios de intolerância religiosa no Brasil, sobretudo contra adeptos de religiões de matriz africana, vêm crescendo nos últimos anos. Nesta sexta-feira (16), o dramático e revoltante caso de uma manicure moradora da cidade de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, foi revelado por uma reportagem do portal g1.
Bruna Domingues Vaz, há pouco mais de seis meses, ouvia dentro de casa o samba-enredo de 2022 da escola Acadêmicos do Grande Rio, campeã do carnaval carioca, que homenageou Exu, uma divindade de origem africana, quando um homem que bebia num bar de frente para a residência a provocou, perguntando se ali havia “macumbeira ou pagodeira”.
Ela relata que não gostou da discriminação e foi até o local para perguntar ao sujeito sobre seu ato de intolerância. O cliente do bar não gostou, se enfureceu, puxou um facão e saiu dando golpes em quem estava pela frente.
“Ele já veio com facão e não queria saber aonde ia pegar e em quem ia pegar. Eu estava na calçada, foi na hora que eu passei, e o facão veio me acertar”, contou Bruna ao g1.
A vítima passou por procedimentos no olho direito, recebeu vários pontos, inclusive no rosto, mas o dano causado no órgão foi permanente e ela perdeu a visão. O autor da barbaridade segue foragido desde então e a Polícia Civil do Rio de Janeiro não tem informações sobre seu paradeiro.