INÚTIL

Bolsonarista Roger Moreira culpa menina de 11 anos por 2ª gravidez após estupro: "Para de meter!"

O roqueiro decadente e vocalista da banda Ultraje a Rigor faz declaração abjeta sobre a criança que foi vítima de violência sexual e engravidou pela segunda vez; na primeira, menina teve direito ao aborto negado

Roger Moreira e Jair Bolsonaro.Créditos: Divulgação
Escrito en BRASIL el

O bolsonarista Roger Moreira, vocalista da banda Ultraje a Rigor, fez uma declaração abjeta sobre a menina de 11 anos de Teresina (PI) que engravidou pela segunda vez após, de novo, ser vítima de um estupro

Através das redes sociais, nesta quinta-feira (16), o compositor da música "Inútil" compartilhou o link de uma notícia sobre o fato, cujo título é "Menina de 11 anos entra em desespero ao descobrir 2ª gravidez: 'Tia, e agora?'", e culpou a vítima pela violência sexual sofrida. "Agora vê se para de meter! Ou pelo menos usa camisinha, porra!", escreveu o cantor. 

Roger, após a postagem, foi alvo de inúmeras críticas nas redes sociais. Ao responder a uma delas, feita por uma usuária do Twitter chamada Priscila, o bolsonarista afirmou que fez uma "piada".

"Fiz uma piada com a desgraça alheia, ou com a desgraça que é o Brasil e a família dessa menina. Porque eu acho graça em tudo e jamais serei pautado pela esquerda e pelo marxismo cultural de Gramsci. É claro que a miséria é uma coisa e uma piada é outra. Chupa, Pri", disparou. 

Confira 

Entenda o caso 

Uma menina de apenas 11 anos de idade foi vítima de estupro pela segunda vez por integrantes da família e está grávida novamente. Na primeira, a criança teve o direito ao aborto negado. Ela mora na zona rural de Teresina, no Piauí.

O primeiro estupro aconteceu em janeiro de 2021, quando a vítima tinha 10 anos. Em setembro do mesmo ano, ela deu à luz a um menino. Na ocasião, a menina foi estuprada por um primo em um matagal. O autor foi assassinado e não se sabe a motivação.

A mãe da vítima, uma dona de casa de 29 anos, não autorizou o aborto da filha, segundo o site Piauí Hoje.

Com o nascimento do filho, a menina teve de abandonar a escola e não aceita tratamento psicológico. Há um mês ela passou a viver em um abrigo de Teresina. Os educadores, então, suspeitaram que ela estava grávida de novo.

“Ela estava sem menstruar, arredia e com comportamentos suspeitos. Levamos na maternidade para fazer exame e foi constatado que ela está grávida de três meses. Foi um susto, um choque”, declarou a conselheira tutelar Renata Bezerra, do núcleo da zona sudeste de Teresina, que acompanha o caso.

Na sexta-feira (9), a criança foi levada ao Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência, da Maternidade Dona Evangelina Rosa, na capital do Piauí, onde foi confirmada a gravidez.

O pai da menina era favorável ao aborto legal. Porém, a mãe não concordou e, de novo, não autorizou o procedimento. O suspeito do segundo estupro é um tio, que a violentou enquanto ela dormia.

O primeiro filho da menina está sob os cuidados do avô. De acordo com a conselheira tutelar, ele pediu uma cesta básica para poder alimentar o neto, pois está desempregado e reside com mais cinco pessoas.

O estupro está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Conforme os familiares, o suspeito do crime ainda está solto.