A Organização Internacional do Trabalho (OIT) acompanha as denúncias de assédios sexual e moral na Caixa Econômica Federal. A entidade colocou-se à disposição de representantes dos empregados do banco público para a prestação de assistência técnica e o compartilhamento de estudos e documentos sobre boas práticas em prevenção e combate ao assédio no trabalho.
O apoio da organização internacional foi oferecido pelo diretor do escritório da OIT no Brasil, Martin Georg Hahn, em recente encontro com o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto; o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais; e a secretária de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Thaísa Magalhães, além de advogados. A gravidade das violações da Convenção 111 da OIT [que trata de discriminação em matéria de emprego e profissão] e das denúncias de assédio no banco — que levaram à queda do ex-presidente da estatal, Pedro Guimarães, e de outros dirigentes da Caixa — foram destacadas pelos representantes sindicais.
Além de requererem a atuação da OIT para providências em relação aos casos denunciados, as entidades defenderam que o banco apresente instrumentos efetivos de prevenção e combate ao assédio.
“Os trabalhadores da Caixa e a sociedade brasileira exigem respostas, ações e punições firmes às denúncias, por parte da nova direção do banco, do governo e de todas as instâncias judiciais envolvidas”, destaca o presidente da Fenae. “Os casos gravíssimos e intoleráveis de violação de direitos humanos na Caixa Econômica Federal não podem ficar impunes. Além de amplo diálogo e da participação de representações dos empregados na apuração dos casos, são necessárias e urgentes medidas concretas que assegurem respeito e dignidade na Caixa, no sistema financeiro e em qualquer local de trabalho”, acrescenta Sergio Takemoto.
De acordo com o Sindicato dos Bancários, o escritório da OIT no Brasil também irá se empenhar junto ao Departamento das Atividades dos Trabalhadores (OIT-ACTRAV) com o objetivo de que sejam realizados seminários e oficinas “para que haja efetiva saúde, segurança e condições dignas de trabalho às pessoas”.