“MELHOR RESTAURANTE DO BRASIL?”

Coco Bambu descumpre decisão que recomenda alteração de slogan publicitário

Em 2020, o dono da rede se juntou ao concorrente, do Madero, para defender Jair Bolsonaro e fake news sobre tratamento com cloroquina

Afrânio Barreira e Bolsonaro.Créditos: Isac Nóbrega/PR
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Conforme divulgado na coluna do Lauro Jardim, no jornal O Globo, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) advertiu a rede de restaurantes Coco Bambu por descumprir uma decisão que versava sobre alteração do slogan publicitário “o melhor restaurante do Brasil”. A decisão veio no sentido de que os responsáveis pela rede explicassem, a partir de denúncia do concorrente Outback, qual a fonte da afirmação publicitária. E, caso não conseguissem oferecer as explicações, tirassem os anúncios de circulação.

Para a concorrência, o slogan poderia induzir o consumidor ao erro e, assim, questionou a veracidade da informação. Em outubro de 2021 o Conar já havia solicitado ajustes ao Coco Bambu após julgamento em primeira instância relacionado à denúncia.

Em nova reunião realizada na última quarta-feira (27), o órgão novamente deu razão ao Outback, uma vez que a Coco Bambu não havia retirado os anúncios indevidos de algumas unidades, como pôde ser visto em placas publicitárias e dentro de shoppings.

A Coco Bambu argumentou que o slogan era baseado em premiações e pesquisas com consumidores, no entanto, para os avaliadores da Conar, a afirmação era “muito forte” para ser adotada de “forma absoluta”. A avaliação foi mantida na segunda instância nessa semana e a empresa não poderá recorrer uma vez que esta última decisão foi unânime.

Empresa bolsonarista?

Em maio de 2020, no começo da pandemia do novo coronavírus, o empresário Afranio Barreira, fundador e líder da rede Coco Bambu, defendeu a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação ao afrouxamento do isolamento social e ao uso da hidroxiclorquina no tratamento da Covid-19. 

A declaração foi em defesa do colega e concorrente, o também empresário Junior Durski, do Madero, que defendeu as mesmas ideias publicamente e acabou recebendo críticas na imprensa e nas redes sociais.

Além disso, é de se recordar que uma das unidades do restaurante ofereceu um jantar ao presidente Jair Bolsonaro no dia em que o Brasil contava seus primeiros 100 mil mortos de uma pandemia durante a qual o mesmo restaurante demitiu cerca de 1500 funcionários. Além disso, foi em uma de suas unidades que houve negociação de propinas sobre a compra de vacinas, denunciada na CPI da Covid. No entanto, curiosamente, as imagens daquela noite foram apagadas.

Junto de Luciano Hang, das lojas Havan, e Flávio Rocha, da Riachuelo, Barreira é um dos empresários que já declarou apoiar os surtos golpistas do presidente.