RECIFE

Sari Corte Real, ré no caso da morte do menino Miguel, seguirá em liberdade

Ré facilitou subida de menino de 5 anos, filho de uma funcionária sua, sozinho, ao nono andar do edifício de luxo onde vivia

Sari Corte-Real e o menino Miguel, momentos antes da queda..Sari Corte-Real e o menino Miguel, momentos antes da queda. Créditos: Redes sociais e TV Globo/Reprodução
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Condenada a 8 anos e 6 meses de prisão pela morte de Miguel Otávio de Santana, que, com 5 anos à época, caiu da cobertura do edifício de luxo em Recife onde mora, Sari Corte Real teve o pedido de prisão de preventiva negado pela justiça pernambucana. Ela agora responderá em liberdade pela acusação de “abandono de incapaz com resultado de morte”. À época, presa em flagrante, pagou uma fiança de R$20 mil.

O pedido negado revoltou Mirtes de Souza, mãe da vítima. “E se fosse ao contrário? O que teria acontecido? Precisamos de uma justiça igual para todos”, declarou em suas redes sociais.

Relembre o caso

Miguel era filho de Mirtes, empregada doméstica que trabalhava na residência, e, naquele dia 2 de junho de 2020 acompanhava a mãe no expediente. Sari, a patroa, havia ficado de cuidar do menino, enquanto a mãe passeava com o cão da família Corte Real.

Nesse meio tempo, foi descoberto por meio de câmeras de segurança do condomínio que a patroa teria facilitado uma ida do menino Miguel, sozinho, até o nono andar do prédio, onde, desacompanhado, caminhou até uma beirada e, então, o pior aconteceu.

Desde então a mãe, Mirtes, faz de sua vida uma luta por justiça. No ano passado, enquanto ainda corria o processo na primeira instância, uma manifestação dupla, em São Paulo e em Recife, chamou a atenção para o caso, projetando em prédios frases que pediam por justiça.

A sentença de condenação por abandono de incapaz só veio em maio desse ano, mas como o processo ainda tramita em outras instâncias, Sari conseguiu uma liberdade provisória. Na ocasião, Mirtes protocolou, junto a sua advogada Maria Clara D’Ávila, um pedido de retenção de passaporte, também negado.

No mês passado, em novo contratempo para a vítima, um juiz solicitou que mãe e avó do menino Miguel fossem investigadas por maus tratos

Semanas atrás, neste mês de julho, um oficial de Justiça foi à casa de Sari intimá-la para uma audiência a respeito do processo cível, no qual Mirtes cobra uma indenização, e não a encontrou. Segundo apuração do Estadão, um porteiro teria dito que ela não morava mais ali. Então a mãe da vítima novamente entrou com um pedido de prisão preventiva, já que um dos pré-requisitos para a liberdade provisória é não trocar de endereço sem comunicar o juiz. Porém, como já se sabe, o pedido tramitou e acabou sendo negado.