JUSTIÇA

Mulher tem morte cerebral após cair da maca em unidade de saúde de Porto Alegre

Uma tomografia identificou fraturas no crânio e no rosto de Vera Regina Guedes: “A sensação é de impunidade e revolta”, disse o filho da vítima

Unidade de Saúde Bom Jesus.Créditos: Reprodução/Facebook
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Vera Regina Guedes, de 67 anos, teve morte cerebral confirmada pelo Hospital de Pronto Socorro (HPS). Ela caiu de uma maca na Unidade de Saúde do bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

A Secretaria Municipal de Saúde divulgou que a paciente teve uma agitação enquanto era feita uma radiografia e acabou caindo. Os funcionários da unidade serão ouvidos pela SPDM, empresa administradora do local.

Vera foi encaminhada pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu) à Unidade de Saúde, depois de sofrer queda de pressão, no domingo (10).

Depois de oito horas, a equipe médica diagnosticou a paciente com gastrite. Em seguida, ela iria se submeter a uma radiografia complementar.

Leandro Guedes, filho da vítima, revelou que 15 minutos depois a equipe retornou, apagou as luzes do corredor e deixou a mãe ao lado dele, justificando que os pacientes que estavam no local precisavam dormir.

Ele disse que estranhou a atitude de um dos enfermeiros, pois estava com um saco de gelo enrolado em um pano para passar no rosto de Vera. O profissional alegou que ela tinha tido uma luxação por bater na guarda da cama.

“Quando eu observei o lado esquerdo, a face esquerda do rosto dela, abaixo e acima do olho, havia hematomas de grande proporção, que facilmente qualquer leigo pode observar que não foi uma batida contundente na guarda da cama”, avaliou Leandro, em entrevista ao G1.

Após chegada da Brigada Militar, enfermeiro e médico admitem a queda

A Brigada Militar (BM) foi acionada pelo filho da paciente. Com isso, um enfermeiro e o médico da unidade reconheceram que Vera tinha caído da maca. No prontuário, a queda está registrada como “acidente interno”.

A mulher foi transferida para o HPS, onde, conforme a família, uma tomografia identificou fraturas no crânio e no rosto. Ela entrou em coma na segunda-feira (11).

A sensação é de impunidade e revolta. O que a minha família quer é justiça, é a última coisa que a gente pode fazer pela memória da minha mãe é justiça, que as pessoas que estavam responsáveis por ela paguem pelos seus erros”, destacou Leandro.