Após indígenas dos povos Guarani Kaiowá retomarem parte do território de Guapoy, no município de Amambai (MS), fazendeiros e policiais militares promoveram um ataque na região que deixou indígenas gravemente feridos. A ação - uma tentativa ilegal de reintegração de posse sem qualquer mandado judicial - aconteceu na manhã desta sexta-feira (24).
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os policiais dispararam tiros de bala de borracha contra os indígenas, deixando ao menos seis feridos - dois foram transferidos para a capital Campo Grande. Há relatos de indígenas mortos, os quais não foram confirmados pelo Cimi. Policiais também ficaram feridos.
O Cimi teme que o episódio se transforme em uma novo massacre contra os Guarani e Kaiowá na região, similar a um ocorrido em 2016, em Caarapó (MS).
A Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani divulgou uma nota nesta sexta alertando para a gravidade do ocorrido. Segundo eles, a ação foi conduzida por pistoleiros e policiais e há dezenas de indígenas feridos, desaparecidos e mortos.
A reserva de Amambai é a segunda maior do estado de Mato Grosso do Sul em termos populacionais, com quase 10 mil indígenas. Para os Guarani Kaiowá, Guapoy é parte de um território tradicional que lhes foi roubado – quando houve a subtração de parte da reserva de Amambai. Os indígenas clamam atenção, exigem proteção às suas vidas e seus direitos.
Confira a nota da Aty Guasu:
URGENTE E EMERGENCIAL! SOCORRO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA E AMBULÂNCIA!
Tropas de choque da polícia militar de MS, sem ordem judicial atacam fazem chacina e ferem, ação genocida neste momento contra comunidade Guarani e Kaiowa no município de Amambai, Guapo'y Mirim.
Dezenas de indígenas feridos e desaparecidos, e mortos.
Precisamos de ASSISTÊNCIA MÉDICA E AMBULÂNCIA.
Pedimos JUSTIÇA.
Voltamos logo com nova informação, se quantas indígenas feridos e mortos pela polícias militares e jagunços do fazendeiros do estado de Mato Grosso do Sul.