Amarildo Oliveira, o Pelado, foi preso em 7 de junho pela Polícia Civil do Amazonas, em Atalaia do Norte, dois dias após o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira em meio à selva amazônica. No entanto, a confissão assumindo a execução da dupla só veio no dia 15, mais de uma semana depois da detenção, e teria ocorrido após Pelado ter visto a chegada de seu irmão gêmeo, Oseney Oliveira, à mesma carceragem em que era mantido sob custódia.
Sabendo que possivelmente seriam confirmadas as suspeitas da Polícia Federal a seu respeito, que a apura o caso paralelamente, já que por ora a jurisdição é da Polícia Civil amazonense, ele resolveu falar.
Te podría interesar
Em seu primeiro depoimento, Pelado afirmou ter sido o autor das duas mortes que horrorizaram o mundo e que fizeram a imagem do Brasil ficar ainda mais arranhada frente à comunidade internacional, e disse também que foi motivado pela raiva que vinha desenvolvendo por Bruno por conta das constantes ações encabeçadas pelo antropólogo licenciado da Funai que denunciava pescadores e caçadores ilegais que atuam na área preservada da Terra Indígena Vale do Javari.
Para o delgado que preside o inquérito, há uma impressão de que Pelado age de forma a proteger Oseney, que é conhecido como ‘Dos Santos’, e não se sabe exatamente o porquê, se por conveniência processual ou se pelo fato de o irmão ter sido levado a praticar o crime por incentivo e apelo de Pelado. No entanto, para agentes federais que operam na região, mais importante do que isso, é chegar ao autor intelectual da atrocidade, ou seja, ao mandante do crime, embora o principal suspeito e réu confesso diga que agiu por vontade própria.
Te podría interesar
Para os policiais que monitoram a tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, localidade erma, complexa e perigosa onde atuam o narcotráfico internacional, contrabandistas, grileiros, caçadores ilegais e uma infinidade de criminosos, a suspeita é que a ordem para assassinar Bruno Pereira tenha partido de um chefão que lidera todo o esquema de compra de pescado clandestino na região. Conhecido pelo apelido “Colômbia”, por conta de sua nacionalidade, o líder da organização criminosa não teve a verdadeira identidade revelada pela PF, mas se acredita que ele estivesse incomodado com a atuação do indigenista, que com as operações levadas a cabo por vários órgãos da União estariam atrapalhando seus negócios.