O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, na Amazônia, está longe de ser um fato isolado. Um levantamento elaborado pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas apontou que o número de homicídios no sudoeste do estado cresceu de 14, em 2019, para 85, em 2021, o que representa alta de 507% de avanço.
Esta é justamente a região onde ocorreram os assassinatos de Bruno e Dom.
Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho, quando atuavam em operação no Vale do Javari, na Amazônia. Ambos faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade amazonense de Atalaia do Norte.
O ano de 2022 registrou, por enquanto, 18 assassinatos no sudoeste do Amazonas nos primeiros três meses. Os crimes de homicídio, em mais de cinco meses, superam os 14 registrados em todo o ano de 2019 na região.
Tabatinga foi o município com o maior número de homicídios entre janeiro e março deste ano, com total de dez. As outras oito mortes foram notificadas em Fonte Boa (3), Eirunepé (2), Carauari (1), Ipixuna (1) e São Paulo de Olivença (1).
Região segue a tendência do estado do Amazonas
O aumento nos homicídios da região segue a tendência do estado. De 2019 para 2021, houve avanço 44% no número de assassinatos no Amazonas.
Ao todo, foram registrados 1.464 homicídios no estado, 1.060 dos quais, em Manaus, capital e cidade mais populosa do Amazonas. Depois, as cidades que mais registraram assassinatos em 2021 foram Iranduba (67), município localizado a 38km da capital, e Tabatinga.