MAMATA GATE – TIRO PELA CULATRA

Show de R$ 400 mil em que Zé Neto criticou Anitta e Lei Rouanet será investigado pelo MP

Promotores do Mato Grosso investigarão pagamentos da prefeitura de Sorriso e de outros 23 municípios do Estado. Sertanejo fez discurso bolsonarista e acabou levantando suspeitas de recebimento de dinheiro público

Sertanejo Zé Neto chora em programa de TV..Créditos: GShow/Reprodução
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Quando o cantor sertanejo Zé Neto resolveu fazer críticas moralistas a uma tatuagem íntima de Anitta e atacar artistas que usam a Lei Rouanet ele sequer imaginava que sua infantilidade, alinhada ao discurso bolsonarista, iria gerar uma confusão tão grande. Depois de jogar luz sem querer em todos os contratos com prefeituras dos artistas de seu segmento, prejudicando especialmente Gusttavo Lima, agora ele próprio, e seu companheiro Cristiano, entraram na mira das autoridades.

O Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) informou na noite desta quarta-feira (1°) que abriu investigação contra a prefeitura de Sorriso para apurar o pagamento de R$ 400 mil, com verba pública, à dupla Zé Neto e Cristiano, que se apresentou no município dia 13 de maio, oportunidade em que Anitta e a Lei Rouanet foram atacadas do palco do evento. Os promotores informaram ainda que outras 23 prefeituras serão investigadas pelo mesmo motivo: oferecer cachês milionários a sertanejos.

Dados levantados pelo MP-MT até o momento indicam que dezenas de shows com artistas do segmento e de outros ritmos foram pagos com dinheiro do contribuinte em contratos sem licitação, principalmente em festas de aniversário de cidades do interior do Estado.

O evento em que Zé Neto e Cristiano se apresentaram, a Exposorriso, uma feira agrícola que comemorava os 36 anos de emancipação do município, contou ainda com outras atrações e custou ao erário mais de R$ 1 milhão.

“Circulam em veículos de imprensa nacional e local notícias sobre atrações artísticas musicais contratadas para eventos em municípios mato-grossenses, segundo indicam, custeados com recursos públicos”, disse o procurador-geral de Justiça do Mato Grosso, José Antônio Borges.

A outras prefeituras que entraram na mira da Procuradoria são as dos municípios de Gaúcha do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis D’Oeste, Nortelândia, Salto do Céu, Alto Taquari, Novo São Joaquim, Nova Mutum, Sapezal, Canarana, Acorizal, Brasnorte, Água Boa, São José do Xingu, Vera, Barra do Garças, Juína, Querência, Bom Jesus do Araguaia, Santa Carmem, Matupá, Nova Canaã do Norte e Novo Horizonte do Norte.