VIOLÊNCIA GRATUITA

Sargento atira em funcionário do McDonald’s por não conseguir usar cupom de desconto

Jovem está internado em hospital municipal do Rio. Justiça negou pedido de prisão do militar dos Bombeiros feito pela polícia, fazendo com que o atirador siga em liberdade

McDonald's da Taquara, no Rio de Janeiro.Créditos: Twitter/Reprodução
Escrito en BRASIL el

Um sargento do Corpo de Bombeiros atirou num atendente do McDonald’s numa unidade da rede de fast food que fica no bairro da Taquara, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta segunda-feira (9). Segundo colegas de trabalho da vítima, o militar foi ao local comprar um lanche e tentou usar um cupom de desconto depois que o pedido já tinha sido finalizado. Ao ser informado por Mateus Domingos Carvalho que não seria possível utilizá-lo, já que o tíquete deveria ter sido apresentado antes de encerrar o procedimento, o sargento agrediu o rapaz com socos, sacou uma arma e o baleou.

Carvalho foi socorrido rapidamente, está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, próximo da região onde o crime ocorreu, e seu estado de saúde é estável.

Imagens das câmeras de segurança do McDonald’s, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, mostram o momento em que o sargento chega à unidade. Carvalho está dentro da cabine de atendimento da lanchonete e, após uma aparente discussão, o militar disfere um soco no funcionário, que reage às agressões. A partir daí, o acusado entra na loja acompanhado de um outro homem e vai atrás do rapaz. Não há gravações do momento do disparo, sendo possível ver apenas outros funcionários correndo apavorados.

Segundo a família da vítima, o atendente é natural de Minas Gerais e está no Rio há cinco anos, onde pretende trabalhar para juntar dinheiro e terminar a faculdade de veterinária, que é seu grande sonho. Eles relataram ainda que Carvalho já tinha sido vítima de outros tipos de agressão na mesma unidade da rede de fast food.

O delegado da 32ª DP, que ficou responsável pelas investigações, pediu a prisão preventiva do sargento dos Bombeiros após ele ser claramente identificado nas imagens gravadas pelas câmeras, mas a Justiça fluminense negou, sob a alegação de que, como o reconhecimento estava sendo realizado por imagens, isso contrariaria as orientações de emitir ordens com base em fotografias e vídeos, pois o procedimento fragiliza os requisitos ideais para decretação de prisões provisória.