Uma criança de apenas 4 anos morreu depois de ser picada por um escorpião. O caso aconteceu em Luiziânia (SP), no domingo (8).
A família da menina relatou que a criança dormia quando foi picada e reclamou que estava com dor na mão. Ela voltou a deitar e levou a segunda picada. Em seguida, o escorpião foi encontrado na cama.
Noemi Vicente da Silva foi socorrida e encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas ela apresentou convulsões e foi transferida ao pronto-socorro de Penápolis. A criança foi medicada, porém, teve uma parada cardíaca e morreu.
De acordo com a Secretaria da Saúde de Luiziânia, a garotinha recebeu recebeu soro e o caso foi encaminhado a Penápolis, pois é a cidade de referência da região. O corpo de Noemi será sepultado na manhã desta segunda-feira (9), em Luiziânia.
O pediatra Fábio Bucaretchi, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) explica que o veneno de escorpião pode ser "rapidamente absorvido na corrente sanguínea e que as manifestações clínicas de envenenamento grave se iniciam em geral nas primeiras duas horas após a picada", relata.
Isso porque, de acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) o veneno de escorpião, formado por proteínas, enzimas, lipídeos, ácidos graxos e sais, age sobre o sistema nervoso causando dor intensa e dormência muscular no local da picada. Com menor frequência são observados sintomas como como vômitos, taquicardia, hipertensão arterial, sudorese intensa, agitação e sonolência.
A dificuldade de respirar caracteriza os quadros mais graves, verificados principalmente em crianças. No entanto, quanto mais rápido o socorro após a picada, menor o risco de sequela ou até a morte. “Os casos fatais podem ser evitados quando se busca ajuda médica com urgência e o tratamento é iniciado logo após o acidente”, ressalta a médica infectologista Fan Hui Wen, do Butantan.
Veja as principais medidas de prevenção, segundo Instituto Butantan:
• sacudir roupas e calçados antes de usá-los;
• uso de calçados e de luvas de raspa de couro
para manusear jardins, entulhos e materiais de
construção;
• afastar as camas e os móveis das paredes;
• evitar que roupas de cama e mosquiteiros
encostem no chão;
• manter jardins e quintais limpos;
• evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas,
lixo doméstico, material de construção nas
proximidades das casas;
• vedar as soleiras das portas e janelas quando
começar a escurecer, pois estes animais, na
sua maioria, apresentam hábito noturno;
• vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos
e vãos entre o forro e paredes,
• vedar ou colocar telas em ralos do chão, pias
e tanques;
• acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos
ou outros recipientes que possam ser mantidos
fechados, para evitar insetos, principalmente
baratas;