Enquanto as redes bolsonaristas permanecem em silêncio sobre a barbaridade ocorrida durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que provocou a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos; internautas estão revoltados não só com a ação, mas também, com a resposta da PRF sobre o caso. A abordagem desastrada ocorreu na tarde desta quarta-feira (26) no município de Umbaúba, no Sul de Sergipe.
Em nota enviada aos veículos de imprensa e que também circula nas redes sociais, a PRF afirma que Genivaldo (que sofria transtorno mental) "teria resistido ativamente" à abordagem policial. Outro ponto de revolta dos internautas é que a PRF ainda disse que "em razão da sua agressividade foram empregadas técnicas de imobilização" e instrumentos de menor potencial ofensivo para a sua contenção", diz a nota.
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A nota prossegue relatando que "durante o "deslocamento" para a Delegacia de Umbaúba, " o abordado" veio a passar mal e socorrido de imediato ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito".
A PRF disse ainda que foi registrada ocorrência na Polícia Judiciária para apuração do caso. O órgão "disse lamentar o ocorrido e afirmou que foi aberto procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos".
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" A nota oficial da Polícia Rodoviária Federal de Sergipe é um tapa na nossa cara", escreveu o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho.
Outro internauta também fez uma observação sobre a resposta da PRF.
"Imaginem como não seria a nota da @PRFBrasil se a execução numa câmara de gás improvisada não tivesse sido filmada", tuitou.
Covardia
As imagens mostram agentes da PRF utilizando spray de pimenta para tentar conter Genivaldo de Jesus Santos. É possível, inclusive, ver o homem preso na mala da viatura, aparentemente sendo sufocado com gás.
Ainda não confirmação se a morte foi causada por asfixia, em decorrência da inalação do composto químico.
Alisson de Jesus, sobrinho de Genivaldo, declarou que o tio foi abordado por agentes da PRF, enquanto pilotava uma motocicleta. Ele reagiu.
“Uma sessão de tortura”, argumentou Alisson para definir a ação policial. De acordo com familiares, a vítima sofria de problemas psicológicos e cardíacos. As informações são do portal Fan F1, de Sergipe.
“Eu estava próximo e vi tudo. Informei aos agentes que o meu tio tinha transtorno mental. Eles pediram para que ele levantasse as mãos e encontraram no bolso dele cartelas de medicamentos. Meu tio ficou nervoso e perguntou o que tinha feito. Eu pedi que ele se acalmasse e que me ouvisse”, contou o sobrinho.
Ainda de acordo com Alisson, antes de ser colocado na viatura, Genivaldo foi agredido com empurrões e chutes na cabeça. “Depois de tudo isso pegaram meu tio, colocaram dentro da viatura e pegaram uma bomba de gás e seguraram a tampa da mala com ele lá dentro. E com a viatura cheia de gás lacrimogêneo e com ele dentro da mala, eles engataram e saíram em cortejo na pista, como se estivesse mangando de toda a população”, acrescentou.
Conforme relato do sobrinho, a família encontrou dificuldades em tomar conhecimento da situação clínica da vítima, inclusive sendo impedida de entrar no hospital para onde Genivaldo foi encaminhado pelos policiais.
"Quando a mulher dele chegou desesperada no hospital e empurrou a porta já tinha um policial fazendo massagem cardíaca, ele já estava morto", completou Alison.