Policiais militares agiram com truculência e agrediram famílias durante uma operação de reintegração de posse na Vila Municipal, em Carapicuíba (SP), na manhã desta quarta-feira (25).
Autorizada através de decisão judicial, a reintegração, segundo a prefeitura de Carapicuíba, acontece pelo fato das casas estarem em área de risco de deslizamentos. Na região vivem mais de 1.200 famílias há cerca de 40 anos, sendo que mais de 400 delas foram expulsas e terão as suas casas destruídas.
A gestão municipal e o governo do estado de SP afirmam estarem construindo moradias populares para essas famílias, mas os imóveis só ficarão prontos daqui 2 ou 3 anos. Até lá, essas pessoas, com filhos, terão que se sustentar, sem casa, com um auxílio aluguel de R$ 400 mensais.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram policiais partido para cima de famílias que resistiam à expulsão. Em um dos vídeos, postado pelo deputado estadual Emidio de Souza (PT), é possível ouvir moradores gritando e denunciando as agressões.
O parlamentar, ao divulgar a cena, lembrou que a reintegração acontece de maneira ilegal, visto que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu despejos até o final de junho deste ano, por conta da pandemia.
"Vou enviar ofício à Prefeitura de Carapicuíba, à Corregedoria e à Ouvidoria da PM cobrando medidas para resguardar o direito das famílias da Vila Municipal e a investigação do comportamento dos agentes que abusaram da força", anunciou Emidio.
Na terça-feira (24), Guilherme Boulos (PSOL), líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), já havia lembrado da ordem do STF que proíbe despejos e cobrou do governador Rodrigo Garcia (PSDB) medidas para "evitar um massacre".
Ediane Maria, coordenadora do MTST, por sua vez, denunciou que a PM está usando bombas de gás contra as famílias que estão sendo expulsas.
Fórum solicitou à secretaria de Segurança Pública de São Paulo e à Polícia Militar um posicionamento sobre as denúncias e aguarda retorno.
Assista ao vídeo e veja os relatos