Uma pousada da Baixada Santista teve um gesto humanitário com moradores em situação de rua, principais alvos das noites frias dos últimos dias. Na porta do estabelecimento foi afixada uma placa com os dizeres: "Você morador de rua saia do frio e venha passar a noite quentinha na pousada com direito a janta e banho".
Além disso, o proprietário mobilizou uma corrente de ajuda nas redes sociais para a doação de agasalhos.
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A corrente do bem não só conseguiu arrecadar os agasalhos, como ajudou a acolher pelo menos 25 pessoas em situação de rua na região. " Mais uma noite abençoada por Deus, 25 moradores fora da rua nesse frio. Jantar depois de um bom banho quentinho", escreveu o proprietário da Pousada. Tudo foi divulgado nas redes sociais da pousada.
Em uma outra publicação, o homem agradeceu as doações e fez um depoimento emocionado.
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"Eu como empresário sempre tive visão de ganhos e família, mas nessa primeira noite de ontem ao ajudar essas pessoas que não tem um teto, um lugar quentinho para dormir, tomar banho, jantar e tomar café da manhã, eu pela primeira vez na minha vida nunca tinha sentido algo assim. É muito gratificante e não tem dinheiro nesse mundo que pague isso", relatou.
A publicação recebeu uma enxurrada de curtidas e comentários elogiando o gesto do homem. "Linda atitude, que inspire muitas outras pessoas!", escreveu um internauta.
"Te desejo muita luz no seu caminho e que sua estrela nunca pare de brilhar!!! Uma das melhores iniciativas que já vi de empresários da Baixada", disse outra.
Veja a publicação:
Frio intenso
O frio intenso que vem sendo registrado em vários estados brasileiros é motivo de memes e debates nas redes sociais. No entanto, milhares de pessoas em situação de rua sofrem e morrem por conta do tempo gelado e descaso do poder público.
Na última quarta-feira (18), o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, se emocionou ao aquecer um homem em situação de rua que estava com sinais de hipotermia na capital paulista. No mesmo local, mais cedo, um outro morador em situação de rua morreu depois de passar a madrugada à espera da abertura do estabelecimento.
“A gente tem que sair da insensibilidade pro aquecimento da caridade, sair da hostilidade pra hospitalidade. E muitas vezes o poder público fica parado no lugar esperando que as pessoas venham. O movimento tem que ser contrário. A gente tem que ir ao encontro onde eles estão. A verdadeira caridade não é burocrática nem institucional, ela é diligente, ela vai ao encontro de quem precisa”.
As temperaturas em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais não têm passado dos 10 ou 11 graus. Na madrugada, os termômetros, nos últimos dias, têm baixado ainda mais e em algumas cidades a sensação térmica é de temperatura abaixo de zero.
Sem políticas estruturadas por parte de governos municipais e estaduais para lidar com o problema, pessoas em situação de rua contam para sobreviver, principalmente, com o trabalho social de entidades, igrejas e movimentos sociais, além da solidariedade da sociedade civil como um todo.