Os ex-assessores do vereador carioca Gabriel Monteiro (PL) que vêm denunciando o parlamentar em diversos escândalos diferentes há duas semanas informaram à Polícia Civil do Rio de Janeiro que na luxuosa residência do bolsonarista, alvo de uma operação na manhã desta quinta-feira (7), existiria um cofre onde ficariam guardados HDs e outros dispositivos de armazenamento com cenas das orgias organizadas pelo ex-PM que virou político. Segundo esses mesmos denunciantes, boa parte das mulheres que frequentavam as festas sexuais eram menores de idade. No entanto, o delegado responsável pelo inquérito, Luís Armond, titular da 42ª DP, revelou à imprensa que a caixa-forte, que realmente existe, estava vazia.
Policiais se dirigiram nas primeiras horas desta manhã para a casa de Monteiro, uma mansão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, assim como para outros endereços, entre eles o gabinete do vereador na Câmara Municipal, munidos com um mandando de busca expedido pelo juiz Guilherme Grandmasson Ferreira Chaves. Não existia determinação alguma para prender o vereador ou qualquer outra pessoa. As investigações contra o parlamentar foram instauradas após as denúncias, acompanhadas de vídeos e áudios, revelados por antigos colaboradores de seu mandato, de que ele supostamente forjaria as ações filmadas para seu canal no YouTube, assediava moral e sexualmente os assessores e fazia uso indevido dos empregados nomeados. Uma ex-funcionária ainda o acusou de estupro.
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Uma semana depois das primeiras denúncias, Monteiro se viu enrolado em acusações ainda mais graves. Vídeos em que o parlamentar aparece fazendo sexo com mulheres, uma delas menor de idade, com 15 anos, vazaram nas redes sociais, aumentando a pressão em cima do bolsonarista, que ficou famoso por posar de valentão e destemido nas postagens em que humilhava e intimidava pessoas simples.
Dois dos ex-assessores do vereador de extrema direita, identificados Fabio Neder Fernandes Di Letta e Luiza Caroline Bezerra Batista, confirmaram que o cofre ficava dentro de um armário, próximo ao closet, e contaram também que apenas o ex-PM e dois advogados dele tinham a senha de abertura. A orientação, conforme os denunciantes, era para que os defensores de Monteiro destruíssem os HDs e outros equipamentos no caso de uma busca judicial. Um dos autores da delação chegou a usar a expressão “queima de arquivo” com os policiais, caso a caixa-forte fosse encontrada sem nada dentro, o que de fato ocorreu.