RESISTÊNCIA

“Não podemos nos render”, diz Jean Wyllys após vitória na Justiça contra Wassef

Advogado bolsonarista terá de indenizar Wyllys por difamação: “Preciso dar o exemplo a outras vítimas dessa organização criminosa de extrema direita”

Wyllys: "A Justiça virá".Créditos: Ana Remacha
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O jornalista, ativista e ex-deputado Jean Wyllys (PT) celebrou a condenação na Justiça sofrida pelo advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Por ter cometido difamação nas redes sociais, ele deve pagar indenização de R$ 41,8 mil. A decisão é do 5º Juizado Especial Cível de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Além disso, o advogado deverá realizar uma retratação pública nas mesmas redes, sob pena de multa de R$ 20 mil, e retirar todas as postagens consideradas difamatórias.

Apesar do triunfo, Wyllys pede cautela: “Em relação à vitória sobre o advogado da família Bolsonaro, eu fico feliz, mas ainda é cedo para comemorar. Ele pode recorrer da sentença para adiar a Justiça, mas ainda assim ela virá”, declarou à Fórum.

“A pena não repara os danos sobre a minha vida. Mas eu preciso dar o exemplo a outras vítimas dessa organização criminosa de extrema direita: não podemos nem devemos nos render, ainda que seja só em nome da memória”, destacou.

Wyllys havia vencido Kataguiri na Justiça: “analfabeto político”

Constante alvo de ataques por parte de personagens políticos reacionários e pertencentes à extrema direita, Jean Wyllys também relembrou outra vitória jurídica que obteve, em fevereiro de 2022.

A Justiça negou a liminar com pedido do deputado federal e integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Kim Kataguiri (União Brasil-SP) para que Wyllys excluísse as postagens em que o chama de “analfabeto político”.

“Mais uma vitória, sim. No final, há de haver alguma Justiça, né? Depois de toda violência - calúnias, fake news e assédio - que o MBL perpetrou contra mim, usando-me de escada para ascender em sua agenda reacionária, o mínimo que me resta de Justiça é poder chamar um analfabeto político de analfabeto político sem ser assediado juridicamente pelo seu poder econômico”, afirmou.