Estudantes do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, realizaram no final da tarde desta segunda-feira (25) um ato contra a extrema direita e apagaram pichações de símbolos nazistas que tinham sido grafadas no prédio da instituição na última semana.
O caso havia sido denunciado pelos próprios alunos e divulgado pela antropóloga Adriana Dias, considerada a maior pesquisadora do neonazismo no país e que, inclusive, estudou na no IFHC.
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As pichações se tratavam de um "SS", sigla para Schutzstaffel, a polícia política do nazismo, um "88", que faz referência à 8ª letra do alfabeto, o "H", que é uma sigla para "Heil, Hitler", a principal saudação ao tirano nazista Adolf Hitler, e a palavra alemã "Freiheit" que, em português, significa "liberdade". No lugar, estudantes, convocados pelo Centro Acadêmico do IFCH, colaram cartazes com frases como "racistas e fascistas não passarão" e "derrotar a extrema direita".
Em nota, o Centro Acadêmico do instituto associou a apologia ao nazismo registrada na Unicamp ao presidente Jair Bolsonaro (PL), visto que estudos apontam que grupos neonazistas se multiplicaram no país sob seu governo.
"Sob governo Bolsonaro os grupos neonazistas cresceram em mais de 270% no Brasil. Longe de qualquer coincidência, esse fato é expressão direta da política de ódio e morte propagada pelo Governo genocida e seus aliados", diz um trecho da nota.
"Derrotar Bolsonaro e suas ideias nos coloca a tarefa de construir uma forte unidade entre estudantes e trabalhadores e disputar ativamente as ruas e as eleições para não apenas impedir que o fascismo siga no poder, mas também colocar a extrema direita em seu devido lugar: a lata de lixo da história. Atuando assim para que ações como as ocorreram nunca mais aconteçam e salientando que apologia ao nazismo é crime!", prosseguem os estudantes.
Polícia
O caso das pichações nazistas, que configuram crime de apologia, foi levado à direção do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), que informou por meio de nota que acionou a Polícia Civil através de boletim de ocorrência.
"O IFCH é o lugar da inclusão e da tolerância e não aceitamos conviver com atos violentos como esse. Vamos cobrar as instâncias responsáveis para que haja investigação do caso e que as providências necessárias sejam tomadas. Pedimos a nossa comunidade que esteja atenta e informe à direção sempre que tiver conhecimento de atos violentos como esse", diz trecho de nota divulgada pelo instituto.