VIOLÊNCIA

Após pedido de socorro de liderança indígena, garimpeiros deixam Aldeia Kaarimã

A cacica Juma Xipaya, que postou um vídeo para denunciar invasão, teme que os garimpeiros voltem armados e mais violentos

O pai de Juma, Francisco Kuruaya, foi agredido pelos garimpeiros.Créditos: Reprodução
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O grupo de garimpeiros ilegais que invadiu a Terra Indígena Xipaya, em Altamira, no Pará, na noite de quinta-feira (14), recuou. Eles tomaram essa decisão depois do pedido de socorro publicado pela cacica Juma Xipaya, da aldeia Kaarimã, que circulou nas redes sociais.

De acordo com ela, uma balsa de grande porte, com dois andares e equipamentos para a extração de ouro, desceu o Rio Iriri em direção ao território indígena. O pai de Juma, Francisco Kuruaya, foi agredido com socos e empurrões.

“Quando meu pai se aproximou para entender o que estava acontecendo, eles trataram meu pai com violência, e nesse exato momento pode acontecer um conflito armado na Terra Indígena e a gente não sabe o que fazer. Lideranças e guerreiros de outras aldeias estão descendo para tentar, com diálogo, pedir para eles saírem do nosso território, mas não sabemos como vai acontecer esse contato”, declarou a cacica. 

“É uma balsa muito grande, de dois andares. Tem jet-skis que podem levar até seis pessoas. Eles têm muitos transportes para fugir. São equipamentos muito grandes e caros. Então, com certeza, há um grande financiador por trás disso. Não são quaisquer garimpeirozinhos, não. São potentes. Então, a gente pede agilidade e apoio das autoridades e órgãos de Justiça, para que encontrem esses garimpeiros, porque a gente não sabe se eles vão voltar, que tipo de armas eles têm. Não sabemos sequer onde eles estão agora”, alertou Juma, em um vídeo publicado em sua rede social.

MPF e Funai foram acionados pela liderança indígena

Juma Xipaya acionou o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e outros órgãos de segurança para que fossem atrás dos invasores.

A cacica destaca que os garimpeiros ilegais não foram mais encontrados no local onde tinham sido vistos anteriormente. Porém, ela relata que a comunidade continua com medo que eles voltem, dessa vez armados e mais violentos.